Tite volta para sua segunda casa e apela por boa vontade do torcedor
O 28 de março de 2017 foi significativo para Tite. Não que sair ovacionado da Arena Corinthians fosse novidade para o técnico que conquistou dois brasileiros pela equipe paulista, 2011 e 2015, além de Libertadores e Mundial. Mas a vitória da seleção brasileira por 3 a 0 sobre o Paraguai garantiu vaga na Copa-2018 justamente no local que ele considera sua segunda casa.
"Tenho, sem falsa modéstia, orgulho daqui, orgulho da minha passagem. Eu estava até ali, tirei lixo do gramado, é um TOC que tenho. Peguei o papelzinho para jogar no lixo. Abracei as pessoas, e elogiei o gramado, está um tapete", disse o treinador.
O retorno ao estádio, neste sábado contra o Peru, pela Copa América, causa certa apreensão em Tite. Nos dois primeiros jogos da competição, vaias da torcida. No Morumbi, antes de abrir os 3 a 0 sobre a Bolívia, a crítica poderia até ser natural de uma torcida paulista normalmente hostil à seleção. Em Salvador, no quase sempre "porto seguro" nordestino, novas vaias e até olé quando a Venezuela tocava a bola no 0 a 0. Ser vaiado em sua segunda casa não passa pela cabeça do treinador, por isso o apelo.
"Se tiver um pouquinho de carinho do torcedor, que transponha para o atleta jovem. Eu sei que cria uma expectativa muito grande, de dar um grande espetáculo, mas no momento da adversidade tenho certeza que a retribuição vai ser isso. Não vai ser por falta de vontade, talvez um pouco de falta de experiência, talvez essa reciclagem. Às vezes o amor do torcedor ao clube é incondicional, eu mesmo fiz isso, mas que ele traga o carinho porque vai contribuir muito para o atleta", disse Tite.
Tite admite que jogar no Brasil cria expectativa no torcedor, que quer o chamado futebol arte. Nos amistosos que seleção faz nas datas Fifa, a empresa que detém os direitos comerciais da seleção marca as partida para locais estrangeiros, EUA, Inglaterra e Ásia como preferência. Jogos no Brasil são os das eliminatórias, onde Tite, com ótimas partidas, surfou em um bom momento entre 2016 e 2017 e aplausos ocorreram em todos os lugares, inclusive em São Paulo, com partidas no Allianz Parque, campo do Palmeiras e, claro, na Arena Corinthians.
"Quando o resultado não vem, e não cria e atende as expectativas, ela é frustrante. Claro que não é a mesma coisa jogar no Brasil ou jogar fora, é humano, tu cria expectativa, tu quer fazer bom espetáculo, traduzir em gols, temos que saber lidar com essas expectativas", disse o treinador.
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