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Melhor goleiro da Ásia chamou atenção do mundo com atitude diplomática

Saad Al-Sheeb goleiro do Qatar em entrevista coletiva em Porto Alegre - Richard Ducker/CA2019.
Saad Al-Sheeb goleiro do Qatar em entrevista coletiva em Porto Alegre Imagem: Richard Ducker/CA2019.

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/06/2019 04h00

Saad Al-Sheeb, de 29 anos, carrega uma marca importante. Melhor goleiro da última Copa da Ásia, o atleta da seleção do Qatar é um dos pilares do time de Félix Sánchez, que nesta tarde encara a Argentina pela última rodada do grupo B da Copa América. E fora das quatro linhas, o goleiro também chamou atenção.

Durante a disputa continental, Al-Sheeb, que defende a equipe do Al-Saad, ficou sem sofrer gols por seis jogos seguidos. Só foi vazado na final, quando sua equipe bateu o Japão por 3 a 1. Um total de 609 minutos de bola rolando sem um gol sofrido sequer.

Ainda na Copa da Ásia, o goleiro natural de Doha mostrou que o esporte pode romper barreiras e unir povos. O Qatar enfrentou muitas dificuldades na competição, disputada nos Emirados Árabes Unidos. Sem a melhor relação diplomática, o Qatar sofreu com dificuldades de visto de entrada no país para torcedores, imprensa, e a impossibilidade de exibir bandeiras nos estádios.

E quis o destino que a fase semifinal colocasse Qatar e Emirados Árabes Unidos frente a frente. Com forte pressão, vaias a todo momento e sob clima tenso, os comandados do espanhol Félix Sánchez, que passou pelas categorias de base do Barcelona, fizeram 4 a 0.

Depois do jogo, sob protesto da torcida presente, os jogadores dos Emirados Árabes estavam desolados. E coube a Al-Sheeb um gesto de grandeza. Entre objetos arremessados no gramado do estádio em Abu Dhabi, o goleiro consolou o máximo de adversários que conseguiu. Distribuiu abraços, ergueu companheiros de profissão, e o gesto virou símbolo da competição.

Neste domingo, o duelo será bem mais complicado. Contra a Argentina de Messi, o goleiro é responsável por defender as chances do Qatar de seguir na competição. Mas independente do resultado, certamente sobrará diplomacia.