Como gramado da Arena Corinthians "venceu" fungo e virou tapete da seleção
O técnico Tite e os jogadores da seleção brasileira elogiaram bastante o gramado da Arena Corinthians após a goleada do Brasil por 5 a 0 diante do Peru no último sábado, em Itaquera, que garantiu a classificação para as quartas de final da Copa América.
Tite, inclusive, chamou o gramado de "tapete" e disse que a qualidade do campo foi o trunfo da seleção para alcançar o resultado. O curioso é que o gramado exaltado escapou por pouco de uma reforma após ser criticado por jogadores e adversários do Corinthians nesta temporada. Isso porque o gramado foi "vítima" de um fungo que proliferou a partir de dezembro após um evento com caminhões gigantes.
Segundo apurou o UOL Esporte, a disciplina na agenda de tratamento do gramado e o período sem chuvas em São Paulo, associado a chegada do frio, fizeram com que o gramado chegasse a tempo na sua forma ideal na Copa América.
"O campo estava ótimo. A qualidade do passe flui. Se tem um gramado bom, facilita muito. Para o espetáculo contribui. Um atributo: qualidade do campo. Vocês perguntaram na coletiva, porque fiquei juntando papelzinho. Po, fiquei: 'Olha esse campo'. É qualidade do passe. Dei parabéns pelo gramado, que está um tapete. Disse que estava melhor do que quando estava aqui. A atmosfera é inevitável, a gente sente e absorve", afirmou Tite.
A diretoria corintiana desistiu de trocar o gramado em abril, pois já havia notado evolução. Cerca de um mês antes, o Corinthians tinha confirmado publicamente que o estádio seria fechado por cerca de 30 dias, após o término do Campeonato Paulista para realizar a troca da grama.
O goleiro Cássio foi um dos mais críticos ao gramado nesta temporada, mas antes mesmo de defender a seleção brasileira, o camisa 12 do Corinthians elogiou a evolução do campo.
Entenda o caso "Monster Jam"
O "Monster Jam" aconteceu em 15 de dezembro, voltando à Arena um ano após a edição anterior. Da primeira vez o Corinthians já trocaria o gramado no final de 2017, portanto realizou o evento sem grandes preocupações, mas no ano passado já não havia intenção de uma nova troca. O clube esperava que, apesar da atração, o campo fosse recuperado a tempo da estreia na temporada. Não foi o que aconteceu.
A organização do evento cobriu o gramado com uma proteção e afirmou então que "todos os cuidados foram tomados, e saiu tudo conforme programado". No entanto, a estrutura armada para suportar caminhões de até quatro toneladas acabou deixando a grama abafada, criando um ambiente úmido e quente que se tornou propício para a proliferação dos fungos.
O problema veio à tona ainda em janeiro, quando o campo não conseguiu drenar a chuva durante a partida contra a Ponte Preta. Foi nesta ocasião que o goleiro Cássio viu o gramado "meio ruim, com um pouco de terra", enquanto o presidente Andrés Sanchez prometeu a resolução em até 15 dias. Na mesma semana o Corinthians desistiu de um treino aberto à torcida antes do primeiro clássico do ano, contra o Palmeiras, justamente por conta do gramado.
O problema continuou, e Cássio voltou a reclamar em março. "Se não pegar bem [na bola], você enche o pé de areia", criticou o goleiro. No final de março, em decisão contra a Ferroviária no Campeonato Paulista, o mau estado do campo acabou beneficiando o Corinthians quando Tony, meia adversário, escorregou e perdeu um pênalti. A esta altura Andrés Sanchez já admitia a possibilidade de trocar a grama. "Vamos ver se arruma antes da Copa América; senão vai ter que parar de jogar lá [na Arena] para arrumar o gramado", adiantou.
Por conta disso, a diretoria do Corinthians chegou a confirmar que o gramado seria replantado após a decisão do Campeonato Paulista contra o São Paulo, e em seguida o estádio seria entregue para a Conmebol, que o administraria até o final da Copa América.
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