Torcedora risca nome de Neymar da camisa e elege Andressinha para o lugar
A camisa 10 de Neymar fez parte, pelo menos por alguns instantes, da festa preparada para a seleção brasileira feminina na manhã de hoje, no aeroporto do Guarulhos. Mas o nome do jogador durou pouco diante da atmosfera criada por um grupo de mais de 100 pessoas. Minutos antes de as jogadoras do Brasil desembarcarem após a Copa do Mundo, a meio-campista Andressinha havia conquistado o posto do atleta do Paris Saint-Germain.
A atitude foi tomada por Gabriela Gomes, 20 anos, estudante de São Bernardo do Campo (SP), que passou a madrugada no aeroporto à espera do elenco da seleção feminina. De caneta à mão na busca por autógrafos, ela não pensou duas vezes: riscou o nome de Neymar e elegeu Andressinha a dona da camisa 10.
"Eu não pude comprar uma camisa feminina, e a masculina é a única que eu tinha. Não sou tão fã do Neymar assim. Eu risquei e coloquei Andressinha porque acredito que a gente precisa valorizar mais o futebol feminino. Estou incentivando, fazendo a minha parte. Espero que a imprensa e a CBF façam também. Vale a pena", disse Gabriela em entrevista ao UOL Esporte.
A camisa, inclusive, nem de Gabriela é. Foi emprestada pela mãe pouco antes de ela se juntar à caravana. Mas, segundo ela, a atitude será celebrada. "Ela vai ficar sabendo agora, mas não nem ligar. Eu risquei cinco minutos antes de a seleção chegar", ressaltou.
A torcedora cresceu vendo a ascensão de Neymar na carreira. Isso, de certa forma, contribuiu para que ela torcesse para o Santos na adolescência. Embora a qualidade e a importância do jogador serem indiscutíveis para Gabriela, falta mais seriedade ao brasileiro. "Ele é um grande jogador, importante, mas precisa focar mais no futebol", afirmou.
Mas por que Andressinha?
Para Gabriela, Andressinha, 24 anos, é o retrato da renovação na seleção brasileira. A atleta, apesar da idade, disputou seu segundo mundial pela equipe principal do Brasil, além de outros quatro pelas divisões de base e também os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.
O currículo e a forma de jogar tornam a comparação com Marta quase inevitável. Na Copa do Mundo da França, a meio-campista, que usa o número 17 às costas, atuou como titular no jogo contra a Itália, na primeira fase. Na decisão diante das anfitriãs, ela entrou no segundo tempo, na vaga de Formiga.
"Eu acho a Andressinha incrível. Por mim, seria titular. Mas todas as jogadoras são maravilhosas", frisou Gabriela, que não pôde ver Andressinha hoje porque a jogadora deixou a França diretamente para os Estados Unidos, onde atua no Portland Thorns.
Apesar da eliminação nas oitavas de final, a torcedora se empolgou com a recepção calorosa no aeroporto. E frisou que o sentimento é de orgulho pela postura diante das francesas na derrota por 2 a 1 na prorrogação. "Não é compaixão, é paixão, é amor. Elas fizeram um grande trabalho", disse.
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