Inquieto, Gatito dava problema na escola e morou no RS por causa do pai
Goleiro do Botafogo e com passagens por Figueirense e Vitória, Gatito Fernández, de 31 anos, não conheceu o Brasil apenas adulto. Antes de defender as metas destas equipes, o jogador viveu em Porto Alegre e São Paulo graças ao pai. Na capital gaúcha, onde encara a seleção brasileira pelas quartas de final da Copa América na quinta-feira, ele não gostava de futebol e dava problema na escola.
Também goleiro, o pai de Gatito deixou para o filho: o nome (Roberto), o apelido (ele era "El Gato"), a posição, e a ligação ao país que será adversário no gramado da Arena do Grêmio.
Depois de obter sucesso pelo River Plate paraguaio, Gato Fernández jogou por Espanyol, da Espanha, Deportivo Cali, da Colômbia, e Cerro Porteño, em seu país de origem novamente, antes de se transferir para o Inter, em 1991.
No Colorado, conquistou a Copa do Brasil de 1992, até hoje único título do time na competição. Além dos Estaduais de 91 e 92. Em 1994 ele se transferiu para o Palmeiras.
Gatito completou três anos em Porto Alegre e morou até os cinco na cidade. Segundo o pai, não gostava de futebol e era muito agitado.
"Ele era pequeno, completou três anos um pouco depois de chegarmos a Porto Alegre. E moramos por três anos na cidade. Era uma criança inquieta, nunca ficava quieto. Queria jogar o tempo todo (menos futebol)", contou o pai ao UOL Esporte.
Parceiro de treinos no Beira-Rio, Gatito era o xodó de funcionários e dava algumas dores de cabeça na escola.
"Eu sempre levava ele nos treinamentos no Inter. Mas o que menos fazia era jogar bola. Ele corria por todo lado. Em todos os setores do clube, com os funcionários, que o tratavam muito bem, todos o conheciam", disse Gato Fernández. "Ele estudava na escola Santa Inês (em Porto Alegre), e de tempos em tempos eles nos chamavam. Por ser muito inquieto ou brigar com algum coleguinha", completou.
O desejo de ser goleiro só veio aos 14 anos, quando a carreira do pai já havia acabado. Depois de ser campeão brasileiro e paulista pelo Palmeiras, ele ainda defendeu o Cerro Porteño por mais três anos, e abriu as portas para o começo da carreira do filho por lá.
"El Gato" Fernández, a exemplo do filho, foi goleiro da seleção paraguaia e conquistou a Copa América de 1979, inclusive eliminando o Brasil. Feito que a seleção tentará impedir que o filho iguale, ao menos agora.
"Espero que seja uma partida muito disputada. O Brasil é um grande time, com muitos jogadores de qualidade. Mas o Paraguai também tem os seus. Espero que seja um grande jogo", opinou.
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