Não é só Neymar: pai de goleiro da Venezuela viaja o Brasil na Copa América
Nem sempre a presença do pai de um jogador circulando livremente nos bastidores da seleção em que seu filho joga é motivo para polêmica. Ao contrário do que ocorreu no Brasil, em que deu o que falar a ida do pai de Neymar ao vestiário do estádio Mané Garrincha após o filho se lesionar durante um amistoso contra o Qatar, na Venezuela a situação é motivo para risadas e brincadeiras. Luis Faríñez, conhecido como Kike, é pai do goleiro Wuilker Faríñez e tem viajado o Brasil para acompanhar o filho na Copa América.
Kike tem bom relacionamento com toda a delegação. Ele tem uma conta no Instagram com 25 mil seguidores, grava vídeos bem-humorados sobre os jogadores, inclusive o próprio filho, e frequentemente é reconhecido por algum torcedor. Virou um tipo de mascote da seleção que está nas quartas de final da Copa América e tem pela frente a Argentina na próxima sexta-feira, às 16h, no Maracanã. A única condição de Kike para viajar com a delegação é não ficar no mesmo hotel dos jogadores.
"Eu me sentiria incomodado de tirar sua concentração e de seus companheiros. Nunca gostei de ficar tão perto quando ele está concentrado, mas conversamos o tempo todo. Faço isso porque gosto que ele fique tranquilo, que saiba que tem apoio incondicional, que nos estádios tem alguém que estará com ele nas horas boas e ruins. É um orgulho que eu vivo por acompanhá-lo", diz Luis Faríñez, ao UOL Esporte, antes de contar que apenas recentemente as viagens foram possíveis.
"Hoje sempre tenho feito, em todas as ocasiões. Até pouco tempo atrás eu não podia acompanhá-lo nos torneios internacionais por motivos financeiros, não tínhamos dinheiro, Mas hoje em dia eu posso fazer isso e faço com muito orgulho, por ver o caminho que ele está percorrendo."
Wuilker Faríñez é um dos principais jogadores da seleção venezuelana na atualidade. Certamente, o de maior projeção no momento. Aos 21 anos, ele tem conversas com o Barcelona e é possível que a transferência seja concretizada após a Copa América. O próprio pai do jogador já não desmente a possibilidade. Titular da seleção venezuelana, ele atua no Millonarios, da Colômbia desde 2017, quando se destacou pelo Caracas e pela seleção venezuelana vice-campeã mundial sub-20.
O que chama atenção é que o goleiro que tentará parar Messi, Lautaro Martínez e Aguero depois de amanhã tem 1,81 m de altura. Está distante do padrão europeu em vigor, de jogadores da posição de quase 2 m. O "baixinho" venezuelano chama atenção pelos reflexos, impulsão e posicionamento. Seu treinador na seleção é Rafael Dudamel, que também foi goleiro e é só elogios ao pupilo.
"É questão de gosto. Eu gosto de goleiros que decidem partidas, não importa a altura deles. Até porque existem goleiros que rompem padrões. Casillas e Claudio Bravo o fizeram. Se me derem a opção de montar um time do zero, o primeiro jogador que eu busco é Faríñez, porque ele tem as qualidades que me interessam", afirmou recentemente o ex-goleiro da seleção venezuelana.
O pai vê tudo de perto. Há muito tempo: "Eu fui goleiro. E quando vi as condições de Wuilker no gol já sabia que ele iria alcançar grandes lugares. Com apoio tudo é possível de ser feito. E estamos vivendo o fruto de tudo isso, de alguém que estreou profissionalmente com 16 anos e mesmo assim manteve a seriedade e não sentiu a pressão. Ele tem uma personalidade impressionante."
Kike Faríñez viu de perto o empate com o Peru em Porto Alegre, o empate com o Brasil em Salvador e a vitória diante da Bolívia em Belo Horizonte. O destino agora é o Rio de Janeiro.
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