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Caso Neymar: Novos depoimentos mostram que polícia busca celular perdido

Felipe Pereira e Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

26/06/2019 04h00

O celular perdido de Najila Trindade virou um ponto crucial do inquérito que investiga a acusação de estupro contra Neymar. Os depoimentos prestados nesta semana na 6ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), em São Paulo, mostram que a Polícia Civil vê importância no aparelho que conteria uma prova do suposto crime e ainda tenta encontrá-lo.

Ontem (25), prestaram esclarecimentos na delegacia Fabiano Bernardo, que é amigo de Najila, e o ex-advogado dela, Danilo Garcia de Andrade. Ambos foram interrogados sobre o paradeiro do telefone celular. A modelo disse à polícia que teria esquecido o aparelho no carro de seu ex-representante ou na casa de Fabiano, onde estava hospedada, no dia de seu depoimento no dia 7 de junho.

Fabiano chegou às 13h na DDM e depôs por quase três horas à delegada Juliana Bussacos, que coordena a investigação. O UOL Esporte apurou que perguntaram a ele se tinha informações sobre o dispositivo e se possuía lembranças de Najila estar com o celular quando chegou em sua casa naquele dia.

Já Danilo não chegou a ser intimado, mas recebeu uma ligação da delegacia pedindo que comparecesse ao local para esclarecer alguns fatos. O advogado começou seu depoimento às 17h20 e por cerca de 2h30 foi perguntado pela delegada na presença de promotoras do Ministério Público se tinha conhecimento sobre o paradeiro do celular, se o tinha visto ou se alguma vez Najila se queixou de ter perdido o aparelho.

O advogado acredita que a Polícia Civil está fazendo o "caminho do tablet" ao fazer o pedido para ajudar no entendimento dos fatos. A delegada também busca o celular. Ela pediu, e foi atendida pela Justiça, que expediu um mandado de busca e apreensão no apartamento de Najila. Os investigadores estavam atrás do telefone, mas o aparelho não foi encontrado.

Cabrini - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Após prestar os esclarecimentos, Danilo Garcia de Andrade reafirmou que não esteve com o tablet ou com o telefone. Segundo ele, a única vez em que Najila esteve em seu carro foi no dia 5 de junho, data em que deu uma entrevista para o SBT em seu escritório. E que no dia do depoimento, a modelo chegou e saiu da delegacia em uma viatura da Polícia Civil enquanto Danilo chegou atrás dirigindo o próprio carro.

"É impossível esse aparelho estar no meu carro. No dia que ela prestou depoimento, ela chegou e saiu da delegacia em uma viatura e isso foi registrado por toda a imprensa. A única hipótese de esse telefone ter estado no meu carro é ela ser um ser divino que pudesse ter se desdobrado no tempo e no espaço", disse ele.

Os novos esclarecimentos foram motivados pelas declarações de Najila na terça-feira da semana passada quando foi à delegacia pela segunda vez. Ela disse que perdeu o telefone no dia em que prestou seu primeiro depoimento, em dia 7 de junho. Ela teria sentido falta do aparelho no período entre o momento que deixou a delegacia, foi até o posto de saúde porque havia passado mal e a volta para a casa onde estava hospedada.

"Ela não tinha o aparelho telefônico. Ela disse onde ficou o aparelho: ou foi no carro do ex-advogado ou na casa que ela esteve no dia que saiu daqui [quando prestou depoimento]. Já tinha ficado antes. Ficou na casa ou dentro do carro do ex-advogado", afirmou seu advogado Cosme Araújo, na ocasião.