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Veríssimo quer Santos no ataque e trabalha para minimizar erros na defesa

Ivan Storti/Santos FC
Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

26/06/2019 04h00

No que depender do zagueiro Lucas Veríssimo, o Santos do segundo semestre vai ser exatamente igual ao do primeiro: muito ofensivo. O defensor faz coro com o técnico Jorge Sampaoli sobre manter o estilo de jogo mesmo diante das três eliminações na primeira metade da temporada: Paulista, Sul-Americana e Copa do Brasil.

Além de apoiar a filosofia ofensiva do Peixe, Veríssimo vê a exposição demasiada do setor defensivo como normal diante do estilo de jogo, mas quer trabalhar ao máximo para minimizar os erros atrás.

"Nossa filosofia é atacar e defender atacando. Nosso time não abre mão do ataque e não vejo porque fazer de outra forma. Contra o Atlético-MG (pela Copa do Brasil) tivemos chances de marcar, mas infelizmente não conseguimos aproveitar as chances e eles foram felizes no contra-ataque. Estamos sujeitos a isso e precisamos trabalhar para minimizar ao máximo os nossos erros", disse em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Após um 2018 recheado de lesões, Veríssimo perdeu o início do trabalho do técnico Jorge Sampaoli e só ficou à disposição em março. Logo na estreia com o argentino, um cartão vermelho e um dos piores resultados do ano: derrota por 4 a 0 para o Botafogo-SP. Mesmo assim, o defensor conseguiu recuperar seu espaço no time.

"Claro que é sempre muito ruim ficar afastado tanto tempo assim por lesão e perder o começo do trabalho. Mas não tive medo, sabia que cedo ou tarde quando estivesse recuperado a oportunidade apareceria. Fizemos um jogo muito abaixo do que vínhamos fazendo coletivamente falando. Foram sucessivos erros que resultaram naquele placar. Saí chateado com a expulsão, ainda mais por ser meu primeiro jogo na temporada. Mas consegui recuperar bem e logo depois retomar o bom nível de atuações", disse.

Fora do clássico contra o Corinthians por suspensão, Veríssimo vinha de uma sequência de 10 jogos como titular, a terceira maior de um jogador no ano. Durante o período, o zagueiro chegou a atuar até como lateral-direito, posição inédita para ele. Mesmo assim, como não poderia ser diferente, o camisa 28 não reclamou: quer mesmo é jogar.

"É como o próprio Sampaoli fala, não existem titulares absolutos. A escalação varia com diversos fatores, desgaste, adversário, proposta de jogo. Fico feliz de ter conquistado meu espaço e sinto que tenho feito bem meu papel dentro de campo. Ele sempre diz que para jogar com ele é preciso saber fazer mais de uma função dentro de campo e comigo não foi diferente. Nunca havia jogado como lateral no profissional, mas com treinamento e conversa a gente consegue ajustar o posicionamento para fazer bem a função."

Confira na íntegra a entrevista do zagueiro Lucas Veríssimo ao UOL Esporte:

UOL Esporte: Veríssimo, foram muitas lesões e um ano bastante complicado em 2018, prejudicando até o início de 2019. Quando chega o Sampaoli e você vê todo mundo podendo mostrar o trabalho e você ainda não, chegou a ter medo de ser ultrapassado pelos concorrentes na posição e não ter chances de mostrar seu futebol?

Lucas Veríssimo: Claro que é sempre muito ruim ficar afastado tanto tempo assim por lesão e perder o começo do trabalho. Mas não tive medo, sabia que cedo ou tarde quando estivesse recuperado a oportunidade apareceria. Meus companheiros vinham muito bem também na defesa e também têm totais condições de jogar e ajudar o Santos da melhor maneira.

UOL Esporte: Sua estreia com o Sampaoli vem com uma expulsão que foi apenas a segunda da sua carreira. Voltar depois de tanto tempo e logo na primeira chance acabar expulso: como afastar a frustração e se manter focado para dar a volta por cima?

Fizemos um jogo muito abaixo do que vínhamos fazendo coletivamente falando. Foram sucessivos erros que resultaram naquele placar. Saí chateado com a expulsão, ainda mais por ser meu primeiro jogo na temporada. Mas consegui recuperar bem e logo depois retomar o bom nível de atuações.

UOL Esporte: Logo depois você entra em um fogueira contra o Corinthians na Arena, vai bem e começa a ganhar espaço. Sua sequência de 10 jogos consecutivos como titular (quebrada só pela suspensão) foi a 3ª maior de qualquer jogador na temporada (atrás do Aguilar que teve 12 e o Pituca que teve 11). Hoje você se sente parte essencial da engrenagem do Santos de Sampaoli?

É como o próprio Sampaoli fala, não existem titulares absolutos. A escalação varia com diversos fatores, desgaste, adversário, proposta de jogo. Fico feliz de ter conquistado meu espaço e sinto que tenho feito bem meu papel dentro de campo. Se ele continuar optando por mim, estarei pronto para contribuir com meus companheiros.

UOL Esporte: O que mais te surpreendeu no Sampaoli e o que mais você acredita que evoluiu desde que ele chegou?

O trabalho dele é muito bom dentro e fora de campo. Ele exige sempre o máximo dos jogadores, não deixa a gente se acomodar nem nos treinamentos. Apesar de não parecer, ele também é brincalhão, está sempre próximo da gente, nos dá liberdade e isso é muito bom. Pelas minhas características eu imaginei que fosse me encaixar no modelo de jogo dele e graças a Deus isso tem acontecido.

UOL Esporte: Acredita que essa experiência internacional do Sampaoli pode te ajudar em um futuro não tão distante na Europa, já que você é um dos jogadores do elenco mais cobiçados por clubes europeus já desde anos atrás?

Lucas Veríssimo: Sem dúvidas o trabalho da comissão técnica me ajuda a evoluir a cada dia, assim como outros treinadores que passaram por aqui também me ajudaram bastante a crescer. Quero seguir evoluindo para ajudar o Santos, que é o clube que eu defendo.

UOL Esporte: Vimos em alguns momentos você atuando quase como um lateral-direito no Santos. O que o Sampaoli te pede nesse caso específico e o que você achou de fazer "essa função"?

Ele sempre diz que para jogar com ele é preciso saber fazer mais de uma função dentro de campo e comigo não foi diferente. Nunca havia jogado como lateral no profissional, mas com treinamento e conversa a gente consegue ajustar o posicionamento para fazer bem a função. Estou à disposição para ajudar onde ele achar melhor para a equipe.

UOL Esporte: Foram três eliminações dolorosas no primeiro semestre do ano, mas o time terminou o semestre na vice-liderança do Brasileiro. Até onde pode ir esse Santos de Sampaoli?

A gente está vivendo a cada jogo. Queríamos ter saído campeões do Paulista e seguir na Sul-Americana e na Copa do Brasil, mas agora nosso foco está totalmente no Brasileirão. Estamos fazendo uma boa campanha e esperamos seguir assim para chegar ao final em condições de brigar pelo título.

UOL Esporte: No jogo contra o Atlético-MG na Copa do Brasil a gente viu o Santos tomar um gol no finalzinho em um contra-ataque. O que aconteceu naquele lance? O time estava adiantado demais buscando o gol da classificação? O risco não é muito alto de atacar dessa forma com o placar igual em uma competição mata-mata?

Nossa filosofia é atacar e defender atacando. Nosso time não abre mão do ataque e não vejo porque fazer de outra forma. Contra o Atlético tivemos chances de marcar, mas infelizmente não conseguimos aproveitar as chances e eles foram felizes no contra-ataque. Estamos sujeitos a isso e precisamos trabalhar para minimizar ao máximo os nossos erros.

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