Topo

Como Paraguai pretende surpreender o Brasil nas quartas de final

Eduardo Berizzo, técnico do Paraguai, acredita que tem a receita para bater o Brasil - Alexandre Schneider/Getty Images
Eduardo Berizzo, técnico do Paraguai, acredita que tem a receita para bater o Brasil Imagem: Alexandre Schneider/Getty Images

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/06/2019 12h00

O Paraguai ainda não venceu na Copa América. Mas a falta de melhores resultados não faz da equipe de Eduardo Berizzo um time desmotivado. O treinador tem apostas claras em posse de bola e transição, além de estratégias defensivas para bater a seleção brasileira nas quartas de final da competição, hoje (27), na Arena do Grêmio.

"Estamos frente a uma partida muito importante para todos nós. Desde que nos classificamos, tratamos ela com muita responsabilidade", disse o comandante.

"Fazer da bola uma arma"

Entre as primeiras estratégias do técnico do Paraguai está "ter a bola". Em vários momentos da coletiva, respondendo sobre assuntos aleatórios, Berizzo disse que ter a bola é a melhor maneiras de escapar da pressão que espera que o Brasil exerça.

"Vamos enfrentar um adversário que vai nos exigir muito. Temo que fazer da bola uma arma para escapar da pressão do Brasil. Ter profundidade, verticalidade", disse o treinador. "O Brasil é um rival que quando perde a bola, tenta recuperar o mais rápido possível. Nós temos qualidades ofensivas e vamos provar contra eles. Temos que jogar. Esperamos uma partida de muita intensidade", completou.

Ou seja, Berizzo crê que a posse paraguaia deva evitar que sua defesa seja ameaçada. Ou seja, pretende mantê-la com seus jogadores.

"Ataques perigosos, verticais, rápidos"

Depois de escapar da pressão do Brasil, o Paraguai vai apostar em verticalidade. Em vez de ficar "buscando espaço" para penetrar na defensiva brasileira, os comandados de Berizzo vão buscar a conclusão o quanto antes.

"Precisamos sair da posse para o ataque, da defesa para a construção, de uma forma muito rápida. Essa mudança, com verticalidade e intensidade, pode nos fazer criar oportunidades", disse. "Sempre prestamos muita atenção nas qualidades coletivas e individuais do adversário. Tentaremos equilibrar nossa qualidade com a deles. Imaginamos que podemos nos defender com agressividade e armar ataques perigosos, verticais, rápidos. Temos qualidade", acrescentou.

"Neutralizar o Brasil taticamente"

O Paraguai crê que aprendeu. Ao observar os três primeiros jogos do Brasil, principalmente os dois últimos, contra Venezuela e Peru, a comissão técnica acredita que sabe os caminhos para surpreender na Arena do Grêmio.

"Montamos um time para neutralizar o Brasil taticamente. Vimos os jogos deles. E dentro dos dois últimos, alternaram momentos no jogo. Até mesmo o Peru foi inteligente no começo do jogo. Mas os gols mudam as partidas e quando sai o primeiro do Brasil, e outro muito rápido, o jogo vira a favor. A Venezuela teve muita atitude, se defendeu com muitos jogadores, marcou o Brasil no campo inteiro, num 5-4-1 muito correto. Temos que copiar algumas coisas de cada um deles. Fazer o nosso jogo com os acertos que tiveram Venezuela e Peru. Geralmente se aprende vendo um jogo e outro, o que fazer, e principalmente o que não fazer em campo", explicou.

"Dobrar a marcação"

A estratégia defensiva para isso é simples: fazer com os brasileiros como fizeram com Messi. No duelo contra a Argentina, o craque do Barcelona esteve preso na marcação dos paraguaios e pouco contribuiu com a equipe.

"Nosso time tem bastante claro o que precisa fazer na defesa. Apesar de que não iremos apenas nos defender. Mas quando for necessário, precisamos estar perto uns dos outros, ser agressivos, não perder o um contra um. E acima de tudo contar com ajudas. Foi como fizemos quando enfrentamos o Messi. O jogador que estiver na marcação precisará de ajuda. Não é tarefa de só um marcar, é de todos. Vamos dobrar a marcação, com ajuda, e atitude", finalizou.