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Argentina vê nomes crescerem e reduz peso de "Messidependência"

Leo Burlá e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

29/06/2019 04h00

Reverenciado pela torcida de seu país antes mesmo de a bola rolar, Lionel Messi representa a esperança argentina de voltar a levantar um troféu, cena que não ocorre desde 1993, quando a seleção azul e branca ganhou a Copa América.

Mas ainda que o camisa 10 seja o centro das atenções, seu desempenho na atual edição da competição continental não está à altura do que se espera de um dos maiores jogadores de todos os tempos. Para sorte do craque, outras peças estão aparecendo e tirando um pouco do peso dos ombros do astro do Barcelona. Com dois gols até aqui, Lautaro Martínez tem sido chave na caminhada argentina no torneio.

Messi marcou uma vez e os outros gols dos "hermanos" foram de Agüero e Lo Celso, que saiu do banco e definiu a vitória contra a Venezuela. Em uma equipe que ainda busca se encontrar, o técnico Lionel Scaloni tenta se amparar na coletividade para crescer. Com as responsabilidades mais distribuídas, o barcelonista encontra mais gente para dialogar. Contra o Qatar, duelo que definiu a classificação às quartas, os argentinos avançaram graças a Martínez e Agüero.

Messi contra a Venezuela - REUTERS/Pilar Olivares - REUTERS/Pilar Olivares
Messi contra a Venezuela
Imagem: REUTERS/Pilar Olivares

"Estamos satisfeitos com o trabalho, se vê melhorias. Nós vemos a identidade de jogadores que jogam por essa camisa. Há jovens que estão nos dando muita satisfação", disse ele, que minimizou um suposto rendimento abaixo da média de seu capitão:

"Messi é Messi. É o melhor de todos. Para mim e para nós, o aporte dele é essencial no campo e no vestiário".

A falta de parceiros que auxiliassem o argentino foi decisiva para a campanha ruim na Copa da Rússia, por exemplo. Com o atacante apagado, a Argentina se arrastou até cair para a campeã França nas oitavas de final. No último Mundial, ele marcou apenas um gol e teve a seu lado uma equipe incapaz de vencer jogos (ganhou apenas da Nigéria).

Após um início hesitante nos campos brasileiros, a Argentina vai, ainda que lentamente, subindo de produção. Na terça-feira, a equipe encara o Brasil, 21h30, no Mineirão, com fé em seu craque, mas tentando não ser tão dependente dele.