Paquetá evita desânimo com reserva e fica alerta por vaga com "novo" Tite
Os planos de renovação da seleção brasileira após a Copa do Mundo de 2018 sempre tiveram Lucas Paquetá como um dos pilares. O garoto revelado pelo Flamengo ganhou as primeiras chances de Tite ainda no ano passado e o bom início no Milan, da Itália, reforçou a visão do treinador. Mas, na Copa América, essa confiança custou a ser demonstrada e Paquetá foi o último dos jogadores de meio de campo ou ataque a estrear.
O meia de 21 anos foi acionado por Tite só aos 38 minutos do segundo tempo da partida contra o Paraguai, na última quinta-feira. Com os acréscimos, atuou por quase 15 minutos. Uma oportunidade ainda pequena para quem chegou a ser camisa 10 nos amistosos de março e até a deslocar Philippe Coutinho para a ponta.
Só que não imagine que Paquetá tenha desanimado com essa demora para ter uma chance. A cria flamenguista colocou na cabeça que era preciso ter calma. Afinal, ainda é jovem e está no primeiro torneio oficial por uma seleção que sofre bastante pressão para voltar a ser campeã.
Paquetá sabe que o crescimento no time canarinho será gradativo e que há muito tempo para o espaço aumentar. Também sabe que começou devendo nos treinamentos, mas confia que a história pode mudar a partir dessa primeira chance na Copa América.
A seleção tem apresentado dificuldades para enfrentar retrancas, o que faz com que Tite tente buscar variações no time. O técnico até tem rompido alguns protocolos históricos de sua carreira, de fidelidade a jogadores mesmo na má fase, e mudou a equipe titular de um jogo para outro. Além disso, tem feito substituições mais cedo e mais ousadas, como a própria entrada de Paquetá na vaga de Daniel Alves.
Por que esse Tite mais maleável não pode olhar também para Paquetá? É nisso que o jogador se apoia. E é um fato que o titular de sua posição, Philippe Coutinho, ainda não engrenou nesta Copa América. Marcou dois gols na estreia contra a Bolívia, deu assistência contra o Peru, mas tem sido muito discreto nos jogos. A insistência da comissão técnica no meia do Barcelona é um dos principais alvos de críticas, inclusive.
Grupo mostra confiança em Paquetá
A forma como o grupo acolheu e confia em Paquetá pode deixar Tite mais confortável para usá-lo novamente. Mesmo pensando em um clássico contra a Argentina às 21h30 de terça-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte. Os jogadores consideram o meia um dos grandes talentos da nova geração e apostam que ele conseguirá se tornar um protagonista no futuro.
O próprio Tite destacou esse acolhimento ao contar como o lateral-esquerdo Alex Sandro abriu espaço para Paquetá ficar entre os dez possíveis cobradores de pênalti da seleção - como o Paraguai teve um expulso, o Brasil também precisava excluir um atleta:
"Eles treinaram, levantaram estatística e depois passei a bola. O grupo se regula. O Paquetá estava fora dos cobradores. Pensávamos que ele é mais novo, menos experiente, primeira grande competição. Mas o Alex pediu para mim, disse 'deixa ele bater, ele bate melhor que eu'. Grupo tem capacidade muito forte".
Apoio popular também pode pesar
Assim como aconteceu com Everton, que juntou a eficiência nas chances recebidas com o apoio popular para cavar espaço na seleção, Lucas Paquetá também conta com esse apelo do público. O fato de ter saído há pouco tempo do Brasil, depois de ótimo início de carreira pelo Flamengo, ajuda a colocá-lo entre os queridinhos dos torcedores que costumam reclamar da falta de identificação dos atletas.
Quando Tite o chamou para entrar contra o Paraguai, as redes sociais foram tomadas por celebrações e brincadeiras. O nome de Paquetá logo se tornou um dos assuntos mais comentados da noite.
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