Como crise pode inviabilizar empréstimo "salvador" de R$ 300 mi no Cruzeiro
A turbulência do Cruzeiro fora dos campos, com sua atual gestão fortemente pressionada por causa de denúncias sobre indícios de atuações irregulares no clube, deve afastar aquilo que a diretoria considera ser a salvação financeira da entidade.
Há mais de quatro meses, os conselheiros aprovavam um empréstimo milionário de cerca de R$ 300 milhões junto a um fundo internacional. Mas a queda de credibilidade que a agremiação passou a ter desde o último mês praticamente inviabiliza qualquer chance de conseguir um montante deste tamanho.
Apesar de a proposta ter sido aprovada por quase todos os conselheiros, o Cruzeiro já estava com dificuldades de tirar seu plano do papel e colocar em prática já nas semanas seguintes. A começar pelo tamanho do empréstimo que o clube precisava, passando pelas garantidas a serem dadas e pela necessidade de pagar todo o montante em até cinco temporadas.
Mesmo conversando com mais de um grupo financeiro, a diretoria não conseguiu avançar nas negociações. A cúpula celeste tratava o caso como urgente, já que o clube possui uma dívida que já supera os R$ 500 milhões, sendo pouco menos de R$ 100 milhões em ações na Fifa, além de outros débitos de curto prazo.
Aos poucos, o receio da diretoria foi se concretizando e o discurso começou a mudar. O presidente Wagner Pires chegou falar sobre a possibilidade de um plano B caso o empréstimo internacional não fosse realizado. O tempo passou e hoje a alternativa mais próxima da realidade do clube é renegociar suas dívidas, como já admite Sérgio Nonato, em entrevista à Rádio 98 FM.
"Os problemas do Cruzeiro sempre foram resolvidos dentro de casa, mas agora foram expostos aí e isso atrapalha mesmo. Nem o empréstimo vai sair, porque não vão emprestar o dinheiro para o Cruzeiro agora", falou o diretor-geral do clube.
Sem dinheiro entrando nos cofres, o Cruzeiro vai tentando se virar como pode. Neste mês, o clube já chegou a atrasar salários até mesmo de alguns funcionários do departamento administrativo. A alternativa foi vender o zagueiro Murilo ao Lokomotiv Moscou por cerca de R$ 10 milhões (o clube ficará com 60%), quase R$ 7 milhões a menos que a proposta realizada ao mesmo jogador e recusada há dois anos.
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