Como ficam Flamengo e Fluminense após negociação frustrada por Pedro
Flamengo e Fluminense protagonizaram um clássico nos bastidores nos últimos dias, com o interesse do Rubro-Negro em Pedro, atacante do Tricolor. Na noite do último domingo, porém, o clube da Gávea afirmou ter desistido de ir à frente com as negociações. Mas como saem os clubes envolvidos deste episódio?
Durante as conversas, o Flamengo reforçou o atual poderio financeiro que já havia demonstrado no início da temporada, ao indicar que poderia fazer uma segunda proposta em um valor em torno de 12 milhões de euros (cerca de R$ 52 milhões) por 50% dos direitos do jogador. Esta seria, proporcionalmente, a maior venda do Tricolor.
Com a recusa do rival, o Rubro-Negro permanece no mercado em busca de um centroavante, posição considerada carente pelo técnico Jorge Jesus - ontem, cúpula e comissão técnica iniciaram reuniões decisivas para traçar algumas metas em relação ao elenco. Além disso, olha-se um zagueiro e um lateral-esquerdo, havendo a chance de chegar ainda um segundo volante.
Por outro lado, o Flamengo, ao sair das tratativas, evitou um grande desgaste com a diretoria do Fluminense, clube do qual é parceiro na gestão do Maracanã e já foi aliado em iniciativas anteriores, como a criação da Primeira Liga (à época, o Tricolor era presidido por Pedro Abad e o Fla por Bandeira de Mello).
Tal postura já havia sido indicada por Marcos Braz, vice-presidente de Futebol do Flamengo, no último sábado, antes do jogo-treino contra o Madureira, quando salientou que uma nova proposta só seria feita com o aval do clube das Laranjeiras.
Pelo lado do Fluminense, a diretoria encabeçada por Mario Bittencourt - que tomou posse no último dia 10 - mostrou força nos bastidores ao evitar perder um destaque do elenco para um rival carioca, o que foi celebrado pela torcida. O presidente manteve o que havia dito em entrevista coletiva, quando garantiu que o jogador só sairia para algum time do Brasil em caso de pagamento total da multa rescisória (50 milhões de euros, algo em torno de R$ 220 milhões).
Além disso, o Fluminense busca evitar uma saída do atleta na Justiça. Ontem, pensando em afastar um possível "efeito Scarpa", o clube quitou os salários atrasados do camisa 9.
Agora, a diretoria terá de administrar uma eventual insatisfação de Pedro, que demonstrou interesse em ouvir o projeto do rival. Internamente, porém, não há o temor de que se fique um ambiente ruim para Pedro em relação à diretoria, elenco ou torcida. "Vida normal, sem problema".
Ao mesmo tempo, a cúpula tricolor abriu mão de um valor que poderia auxiliar a diminuir a crise financeira pela qual o clube passa e procura meios para que se consiga amortizar algumas dívidas, como vencimentos de jogadores e funcionários.
Na mesma entrevista citada acima, Mario Bittencourt lembrou "medidas emergenciais" e afirmou ter negociações para patrocínios em andamento.
"Tivemos algumas medidas emergenciais de tentar levantar alguns bloqueios que tínhamos para conseguir algum tipo de recurso... E, após a eleição, surgiram outras possibilidades de patrocínio. Mas quando digo "possibilidades", são contatos e negociações que estão em andamento. Por quê isso? Justamente porque, como tem muito pouco tempo, precisamos tentar fazer a melhor situação para o Fluminense. É normal que, com a mudança de gestão, muitas empresas tenham se aproximado. Isso está acontecendo e é o que posso dizer de positivo quanto a isso".
Visando o retorno do calendário, a cúpula juntamente com a comissão técnica, busca reforços para o segundo semestre. O elenco é considerado enxuto e o técnico Fernando Diniz não esconde a necessidade de novos nomes.
Um dos focos é o gol e, nos últimos dias, o Fluminense avançou por Walter, mas o Corinthians pode ser um obstáculo no negócio.
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