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Cruzeiro inicia mês decisivo precisando blindar time da crise fora de campo

Bastante elogiado por sua gestão de pessoas, Mano precisará deixar o Cruzeiro focado durante maratona decisiva de julho - Marcello Zambrana/Agif
Bastante elogiado por sua gestão de pessoas, Mano precisará deixar o Cruzeiro focado durante maratona decisiva de julho Imagem: Marcello Zambrana/Agif

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

02/07/2019 04h00

Faltando poucos dias para as principais competições serem retomadas na América do Sul, o Cruzeiro iniciou o mês de julho ainda com um cenário preocupante fora dos campos. Há pouco mais de um mês, o clube convive com denúncias graves de irregularidades da atual gestão, e terá que lidar com isso também quando o futebol brasileiro retomar suas atividades. Neste mês de julho, a equipe terá uma maratona de sete jogos em apenas 19 dias, dentre eles, os quatro jogos mais importantes do ano até aqui. Com o rival Atlético-MG e o atual campeão da Libertadores, River Plate, pela frente, o técnico Mano Menezes terá trabalho extra para gerir o clube e impedir que os problemas externos atrapalhem ainda mais o desempenho dos seus comandados.

Antes da pausa no Brasileirão, quando os resultados não chegavam dentro de campo, jogadores adotaram o mesmo discurso e negaram que a crise institucional estivesse atrapalhando o desempenho. Durante a pausa, porém, Mano Menezes foi por outro caminho e admitiu que o momento conturbado atrapalhou, sim, ainda mais o rendimento celeste. Agora, o treinador terá que colocar em prática uma das suas maiores virtudes, que é o gerenciamento de pessoas, a fim de blindar o grupo das turbulências fora de campo.

Sem vencer há nove partidas (a última vitória foi em 5 de maio, contra o Goiás), o Cruzeiro iniciou o recesso do calendário brasileiro "comemorando" a chegada da Copa América. Além dos resultados ruins dentro de campo, a instituição já vivia uma turbulência nos bastidores, com direito a racha entre apoiadores e opositores da atual gestão. Mas as denúncias sobre indícios de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e falsidade ideológica, exibidas pelo programa 'Fantástico', no final de maio, ainda desgastam a atual cúpula, colocando em xeque o futuro do presidente Wagner Pires de Sá, do vice-presidente de futebol, Itair Machado, e do diretor-geral, Sérgio Nonato. Na noite de ontem, o novo Conselho Fiscal foi eleito para fiscalizar e revisar as contas do clube.

A maratona e as decisões terão início poucos dias após o fim do recesso. Nos dias 11 e 17, o clube enfrenta o rival Atlético, pelas quartas da Copa do Brasil. Nos dias 23 e 30, a equipe pega o River Plate, pelas oitavas da Libertadores. O mês ainda reserva jogos contra o Botafogo, Bahia e Atlhletico Paranaenese. Esses três serão adversários no Brasileirão, competição que o clube também não poderá abrir mão, já que está hoje na incômoda 18ª colocação, com oito pontos nos primeiros 27 disputados.

Guardadas às proporções, a primeira chance de começar uma retomada ainda não foi aproveitada. No jogo-treino realizado ontem, o time celeste perdeu para o América-MG por 2 a 1 na Toca da Raposa. Apesar do caráter amistoso, a equipe de Mano jogou um tempo com o time titular, e só conseguiu marcar seu gol no final da atividade, já com os reservas em campo (Raniel converteu a cobrança de pênalti). Se não marcar nenhum outro compromisso na intertemporada, o próximo adversário já será o rival Atlético, no Mineirão.

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