Messi fala como nunca e muda postura como líder argentino na Copa América
Cobrava-se liderança de Lionel Messi. Internamente, o craque do Barcelona carregava esse protagonismo, ainda mais com a bola nos pés. Nesta Copa América, porém, o camisa 10 usou os microfones e o espaço enorme na imprensa para tomar posições até mesmo polêmicas. No Brasil, o atacante falou como nunca e contrariou as próprias convicções de contatos públicos, antes extremamente limitados, como uma única entrevista coletiva anual no clube catalão.
O símbolo desta alteração na postura de Messi ocorreu na noite de anteontem (2), no Mineirão. Depois de sair derrotado para o Brasil na semifinal do torneio da Conmebol, o craque adotou um discurso duro contra a arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano e o uso do VAR em Belo Horizonte - o time alviceleste reclama de dois pênaltis no duelo e emitiu ontem (3) uma nota de repúdio direcionada à entidade sul-americana.
Em vez de dar preferência a um grupo de jornalistas argentinos, ação comum de Messi em grandes competições da Fifa e da Conmebol, o atacante deu declarações a grupos distintos, parando mais por diversas vezes na zona mista do Mineirão. O capitão da Argentina assumiu o papel de líder do time também diante dos microfones nesta edição de Copa América.
Segundo apurou o UOL Esporte, duas questões influenciam para um Messi mais ativo com a imprensa na Copa América. Além da maturidade de um homem de 32 anos, calejado pelas derrotas em finais com a camisa alviceleste, o camisa 10 se mostrou mais aberto a conselhos para dialogar com a mídia e tomar posições públicas mais firmes.
Somente neste período de competição no Brasil, o jogador nascido em Rosário quebrou clichês anteriormente atribuídos a ele. Fora a reclamação sobre Roddy Zambrano contra o Brasil, Messi disparou contra as condições dos gramados encontrados e até respondeu sobre a antiga polêmica em relação ao hino argentino.
Torcedores e alguns membros da imprensa reclamavam da postura calada do craque do Barcelona durante as exibições à canção símbolo do país, devidamente tocado com a parte cantada nesta Copa América. Contra Venezuela e Brasil, Messi cantou ao lado dos companheiros e justificou: "estava a fim de cantar e cantei", falou, depois da vitória nas quartas de final contra os venezuelanos.
O craque ainda tem sido fundamental nos bastidores da seleção. De Messi veio a principal cobrança interna para um desempenho melhor da equipe após os dois primeiros jogos pela etapa de grupos. Os questionamentos em relação ao nível apresentado pela Argentina, inclusive, viraram públicos após o empate contra o Paraguai, que ameaçou a seleção de cair ainda na primeira fase.
"Seria uma loucura não se classificar. (...) Hoje não se ganha mais só com a camisa. Você tem de jogar muito bem para conseguir os três pontos", alertou Messi, antes de a equipe alviceleste superar o Qatar por 2 a 0 e avançar à etapa de mata-mata do torneio no Brasil.
Messi virou líder, mas vai deixar a Copa América sem atingir o conhecido nível de excelência de alguém que conquistou cinco troféus de melhor do mundo. Já em São Paulo para disputar o terceiro lugar da competição no sábado (6), às 16h (de Brasília), na Arena Corinthians, o craque anotou apenas um gol e ainda não deu uma assistência na equipe de Lionel Scaloni.
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