Peruanos do RJ têm torneio de pelada e se unem por final: '5 a 0 não será'
A colônia peruana do Rio de Janeiro vive dias de orgulho e ansiedade antes da final de amanhã contra o Brasil, às 17h, no Maracanã, encontro que vale título da Copa América.
Em um dos muitos campos situados no Aterro do Flamengo, um dos maiores redutos dos peladeiros cariocas, parte destes peruanos vive o futebol intensamente há exatos 25 anos. Por iniciativa de alunos e professores da PUC, um campeonato que reunia amigos de outros países sul-americanos foi organizado. Após algumas edições, a iniciativa foi sendo modificada até se tornar a Copa Peru, torneio anual que reúne esquadrões como "Merengues", "Unión Peru" e "Panka Peruchos".
A disputa pelo troféu em 2019 ocorrerá em quatro datas entre julho e agosto. Se a disputa em campo é sempre acirrada, a camaradagem prevalece quando a bola deixa de rolar. Entre doses de pisco (bebida tradicional peruana) e porções de ceviche e arroz com frango, os peladeiros deixam a rivalidade de lado e passam horas falando sobre a paixão que os une.
Com a grande procura por ingressos e também pelo alto custo, o técnico em informática Renzo Toranzo crê que uma ida ao Maracanã será missão quase impossível. Ante a realidade, ele se mobiliza para fazer a sua parte. Ao lado de peruanos que estão acompanhando a seleção durante a Copa América, Toranzo está ajudando a organizar a mobilização em um bar da Lapa, que será o ponto de partida para uma ida ao hotel da delegação na véspera do jogo. No domingo, a ideia é ir até a rampa do metrô do estádio para levar seu apoio.
"A gente não acreditava muito contra o Uruguai, mas vencemos nos pênaltis e eliminamos o Chile. O que sei é que 5 a 0 [resultado do Brasil x Peru da primeira fase] não será. Não vai ser fácil como foi o último jogo", afirmou ele.
Longe dos holofotes destinados a astros como Guerrero, Cueva e Carrillo, os boleiros do Aterro correm para organizar a próxima Copa Peru. Entre ajuda institucional do consulado peruano no Rio e empresários compatriotas, os organizadores sonham com troféus para os três primeiros colocados, medalhas e banheiro químico em dias de jogos. A única fonte de receita disponível é a que vem da taxa de inscrição paga pelas equipes participantes, que gira na casa dos R$ 300 e serve para o pagamento de juízes e aluguel de redes. A expectativa é que ao menos 8 times atuem, mas o encontro já teve 12 candidatos na disputa.
A Copa tem seu regulamento definido e é uma espécie de afirmação das raízes do país vizinho. Para participar, os times devem ser compostos por maioria peruana. O professor de espanhol Luis Malpartida é um dos que batem de porta em porta para angariar fundos para o evento. Fã de Guerrero e de Zambrano, Lucho, como é conhecido, prevê que sua seleção também encontrará dificuldades para alcançar o sonhado objetivo.
"O 3 a 0 contra o Chile foi o nosso melhor jogo até aqui. Será difícil, mas não impossível. Mas não será 5 a 0 de novo", garantiu Luis, que atua como zagueiro nas horas vagas.
A felicidade por disputar a final continental une os peruanos, embora o discurso seja de absoluta cautela. Com ou sem troféu, a certeza de todos é que a bola seguirá rolando para estes aspirantes a craques.
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