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Como erros na Rússia ajudaram Tite a levar seleção a título após 1 ano

Danilo Lavieri, Léo Burla, Marcel Rizzo, Pedro Lopes e Rodrigo Mattos

Do UOL, no Rio de Janeiro

08/07/2019 12h00

A conquista da Copa América pela seleção brasileira passa por algumas lições importantes aprendidas por Tite e sua comissão na eliminação do Mundial da Rússia em 2018. Com o troféu garantido, o técnico agora tem um pouco mais de tranquilidade para trabalhar durante o todo o ciclo para chegar ao Qatar em 2022.

O principal ponto foi fazer alterações com mais rapidez. O treinador terminou a competição no ano passado afirmando que um de seus principais erros foi demorar para promover trocas entre os titulares. Manter Gabriel Jesus e não dar chance a Roberto Firmino foi o item central das críticas.

Desta vez, ele promoveu trocas com o andamento da competição, tirou Richarlison e David Neres dos titulares após o empate em 0 a 0 com a Venezuela e deu chances a Gabriel Jesus e Éverton Cebolinha. Foi justamente o atleta do Grêmio um dos mais ovacionados em todos os estádios que a seleção brasileira passou.

Além disso, Tite também tirou lições das questões físicas de sua equipe. Embora ainda sofra com um departamento médico lotado, o treinador não quis apostar em jogadores que não estavam com 100% de suas condições físicas ideais. Embora prefira Fernandinho a Allan, por exemplo, ele deu chance ao atleta do Napoli diante do Paraguai por não ter o meio do Manchester City com 100% de suas condições físicas.

A mesma lógica se repetiu na final, contra o Peru. Filipe Luís teve condições de participar de 100% dos últimos dois treinos antes da decisão, mas Tite apostou em Alex Sandro. O lateral esquerdo da Juventus foi escalado contra a Argentina justamente no jogo em que precisaria marcar Messi e foi aprovado.

Com a bola rolando, o treinador também não teve medo de deixar as trocas "seis por meia dúzia". Depois de ele mesmo afirmar que não era capaz de promover substituições de atletas que não têm a mesma função, contra o Paraguai, ele foi para cima e trocou volante por ponta e lateral por meio-campista.

Na ocasião, colocou Willian e Lucas Paquetá nos lugares de Allan e Daniel Alves. O resultado foi uma pressão durante quase todo o segundo tempo, que não se converteu em gol porque as tentativas pararam em Gatito ou na trave.

Agora, Tite e sua comissão pretendem descansar e se afastar um pouco do ambiente competitivo e voltam a se reunir em setembro, nos amistosos contra Colômbia e Peru, nos Estados Unidos. As Eliminatórias começam em 2020.