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Peres nega atrito com Sampaoli e admite 'acordo' para usar mais a Vila

Jorge Sampaoli passeia pelo CT Rei Pelé ao lado do presidente do Santos, José Carlos Peres - Reprodução
Jorge Sampaoli passeia pelo CT Rei Pelé ao lado do presidente do Santos, José Carlos Peres Imagem: Reprodução

Do UOL, em Santos (SP)

11/07/2019 16h12

Depois de apresentar a jogadora argentina Sole Jaimes, o presidente José Carlos Peres respondeu perguntas da imprensa em coletiva concedida na tarde de hoje, na Vila Belmiro. O principal assunto em pauta foi o e-mail enviado por Jorge Sampaoli com reclamações e cobranças ao mandatário do Santos, que minimizou a situação.

"Realmente tivemos um problema de vazamento do documento, que é interno. A questão do Sampaoli: ele é um técnico top. Como todo técnico top, quer cada vez mais, quer jogadores, quer ser campeão. Também queremos ser campeões. Eu só lamento que o documento foi vazado. Mas todas as questões são fáceis de resolver. Algumas estão em curso", afirmou.

"A questão de trazer mais jogadores é complicada, de orçamento. Eu tenho um estoque para vender e o que está em uso. Eu preciso fazer dinheiro vendendo o que eu tenho, os que não estão nos planos. Depois, com o dinheiro, trabalhar as aquisições. O campeonato é rápido, não dá para fazer as coisas no afogadilho. Demandas sempre terão, seja lá qual for o técnico. Temos que explicar, às vezes, que nem sempre tudo é possível. O futebol está complicado", disse.

O assunto Sampaoli voltou a ser abordado pelo presidente, que, apesar das cobranças do treinador, negou qualquer tipo de atrito com Sampaoli.

"Eu nunca tive atrito com Sampaoli, nenhum. Com o Cuca também não. Você não viu ele ir na imprensa expor. São situações óbvias. O Santos não é um Barcelona, Real Madrid ou Manchester City, aqui o dinheiro é de acordo com aquilo que você tem de receita e o que você tem de despesa. Trouxemos jogadores. A equipe do Santos está em segundo lugar no Campeonato Brasileiro, está rendendo, os jogadores estão aparecendo. É só ter um pouco de calma", disse.

"Mas eu nunca discuti nem com Sampaoli e nem com Cuca. O Sampaoli é um vencedor, isso que vocês têm que entender. Então ele quer uma equipe forte para ser campeão. Ele tem as demandas, temos que entender e, dentro do possível, cumprir", acrescentou.

Questionado por um repórter, José Carlos Peres disse ainda não considerar que Sampaoli está 'extrapolando' quanto às cobranças: "De maneira nenhuma. É o jeito dele. Nunca discutimos. O respeito é muito grande entre nós. Mas isso acontece. É bom que fique bem claro que ele não foi a público expor. Esse foi um documento vazado que estamos investigando. Estamos mais ou menos próximos de encontrar. Ele não deu entrevista para ninguém para expor qualquer tipo de problema. Ele tem resolvido diretamente comigo, com tranquilidade e respeito".

Mais jogos na Vila Belmiro

José Carlos Peres falou ainda sobre o pedido de Jorge Sampaoli para que o time atue mais na Vila Belmiro. De acordo com o presidente, houve um acordo para que isso aconteça, mas, ainda assim, ele fez questão de destacar a promessa de campanha e a importância do Pacaembu.

"A gente combinou de escolher os jogos da Vila e de São Paulo. Não podemos esquecer que na campanha tivemos essa demanda, 50 a 50, e como a Vila esteve fechada uns meses, ainda faltam quatro ou cinco jogos para ficar 50 a 50, e depois fazemos um lá e aqui. O pedido dele é legítimo, é sentarmos juntos e estabelecer. O que não podemos também é abandonar uma massa de torcedores em São Paulo. Mas a nossa casa é a Vila Belmiro, e isso nunca vai deixar de ser", afirmou.

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Atrasos

A maioria dos jogadores é só CLT. Desde que assumimos o Santos tivemos dois atrasos. Um de dois dias corridos, nem úteis foram. E tivemos aquele de oito dias úteis que eu estava viajando na China. CLT está fechada. Não devemos nada. Nós estamos acertando sim. Estamos praticamente há uns dias para entrar o dinheiro do Rodrygo. Vamos colocar tudo em dia. Tanto que nenhum jogador reclamou. Conversamos. O que não pode é prometer e não cumprir. Futebol brasileiro está complicado. Você pega os outros clubes e vê como está. Temos a felicidade de estar quase em dia. As outras pendências são pendências já resolvidas e outras não. Sobre jogar na Vila ou São Paulo, vamos sentar e escolher os jogos para vir ou ir para São Paulo. Vemos essa demanda que haveria jogos em Santos e São Paulo. Como a Vila esteve fechada, ainda faltam quatro ou cinco jogos para ficar 50%. O pedido é legítimo, sentarmos juntos e esclarecer. Não podemos abandonar a massa de torcedores em São Paulo, que é enorme. O percentual de sócios é maior na capital. Mas nossa casa é a Vila Belmiro.

Reforços

Só lembrando que, do time que houve a parada, o Rodrygo já não estava jogando e perdemos o Jean Lucas. Mas já contratamos o Evandro. Obviamente tem casos que não precisa colocar o dinheiro agora, por isso uma coisa nem sempre está atrelada a outra. Mas temos que fazer negócios nessa janela, seja por empréstimo ou vender. Mas isso não afasta a hipótese de contratar. Aconteceu o caso do Jean Lucas, de que a gente trouxe o jogador com opção de compra de 8 milhões de euros. Não se arruma isso do dia para a noite. Estamos procurando evitar isso, trazer jogadores com opção de compra que não podemos alcançar.

Nova Vila Belmiro

A concepção da Vila vai ser de uma arena. Temos um terreno de 17 mil metros quadrados. A menor arena do mundo tem 26 mil metros quadrados. Olha o desafio. O arquiteto que vai apresentar o projeto teve que se mexer. É um estádio que chamamos de retrofit. Para quem não sabe, o Allianz Parque não é um estádio novo. Foi uma parte retrofit. A Vila vai ficar 100% coberta. Tenho certeza que, quem for lá hoje, vai gostar do que vai ver.

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