Declaração de Fred sobre estilo de Mano também já virou polêmica na seleção
Na noite de ontem, instantes depois de o Cruzeiro ser eliminado para o River Plate na Libertadores (0 a 0 no tempo normal e derrota por 4 a 2 nos pênaltis), o atacante Fred não escondeu seu descontentamento com a atual reserva do Cruzeiro. Questionado sobre o assunto, o centroavante revelou que suas características não se encaixam no estilo de jogo de Mano Menezes. A declaração pública foi entendida como desabafo, mas não foi novidade na relação entre as partes. Quando estava à frente da seleção brasileira, o treinador também já precisou conviver com o questionamento do atleta, algo que só foi razoavelmente solucionado com a presença de ambos na Toca da Raposa.
Em 2012, quando disputava uma das vagas no ataque da seleção brasileira, Fred foi preterido em alguns jogos por Mano Menezes e chegou a dizer que não tinha mais esperanças de vestir a amarelinha enquanto o treinador estivesse no cargo. Mais tarde, voltou aos microfones para elogiar a chegada de Felipão, que sucedeu Mano no posto.
"Eu nem penso em seleção enquanto o Mano estiver lá. Desde o jogo contra o México que não tinha centroavante para jogar e ele colocou o Lucas para jogar de centroavante de costas, e eu fiquei no banco e nem entrei, ali eu vi que realmente o Mano não gosta do meu trabalho. Sou atacante, vivo de gols, estou fazendo gols. Não sei mais o que ele quer, mas eu respeito. Mas o que eu falei, enquanto o Mano estiver no comando da seleção, eu não crio expectativa nenhuma para ir para seleção", disse Fred, à época.
Conciliação ocorreu no Cruzeiro
No início de 2018, antes mesmo de o atacante retornar ao Cruzeiro, o assunto foi superado. Ao contratar o jogador, a diretoria do clube contou com o aval do treinador, além da vontade de Fred, que preferiu deixar o rival Atlético-MG. Mesmo assim, a antiga polêmica virou assunto na primeira entrevista de Mano Menezes na temporada. Imediatamente, o treinador minimizou o atrito e tratou de colocar panos quentes na relação com o jogador recém-chegado.
"Eu acho que o Fred estava enganado (risos). Eu gosto de jogadores com a característica dele. Acho fundamental ter um centroavante de área em torneios como a Libertadores para definir uma jogada. O Cruzeiro tem um time propício para o Fred, nós criamos muito na temporada passada e em determinados momentos faltou um jogador assim. Vocês sabem que vocês (imprensa) fazem algumas brigas que não existem. Essa é mais uma no futebol que não existiu. O Fred é um jogador de opinião e isso fez dele um grande jogador do futebol brasileiro na função. Às vezes uma opinião não agrada todo mundo, a minha também não agrada. Mas eu prefiro jogadores de opinião, prefiro o Fred do jeito que ele é, ele será importante desse jeito", disse o treinador, em janeiro do ano passado.
Em sua primeira temporada pelo Cruzeiro, Fred ficou mais tempo no departamento médico por causa de duas lesões, mas manteve o status de titular absoluto. No final do ano passado, recebeu atenção especial para voltar voando em 2019. E assim foi durante os primeiros meses: ele marcou 16 gols e ainda é o artilheiro da equipe em 2019. Mas o faro de gols e o prestígio já não são os mesmos. Sem marcar desde o mês de abril, Fred já contabiliza 14 jogos na seca.
Os motivos para a reserva
A parada para a Copa América foi o ponto da virada para Fred. Já na primeira partida do Cruzeiro após a volta do calendário brasileiro, Pedro Rocha assumiu o posto de centroavante titular e não largou mais. Isso aconteceu na partida contra o Atlético-MG, pela Copa do Brasil, e seguiu também nas decisões contra o River Plate, na Libertadores. Na partida de ontem, Fred teve pouco mais de 20 minutos em campo, mas não conseguiu ajudar o time a balançar as redes. Apesar da luta, deu poucos toques na bola e não chegou a finalizar a gol.
Recentemente, Mano Menezes não assegurou que Pedro Rocha é o novo titular do Cruzeiro, mas explicou os motivos que o fizeram preterir Fred. Para o treinador, a preferência pelo veterano é feita quando o Cruzeiro tiver dois jogadores de profundidade pelos lados, como é o caso de Pedro Rocha e David. Do contrário, quando o time tem Marquinhos Gabriel e Robinho, o treinador entende que a equipe fica mais engessada pelas laterais, e por isso opta em um centroavante com mais mobilidade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.