Bittencourt indica duas contratações "encaminhadas" para Flu fechar elenco

Mario Bittencourt, presidente do Fluminense, indicou que o Tricolor pode fechar duas contratações nos próximos dias para "fechar o elenco" para o restante da temporada. Sem entrar em muitos detalhes, ressaltado que os assuntos relacionados a futebol são levados à frente pelo vice Celso Barros e pelo diretor Paulo Angioni, o mandatário afirmou apenas ter "duas possibilidades" encaminhadas.

"Estamos caminhando para duas possibilidades na semana que vem. Pedi a vocês para, semana que vem, bater esse papo com o Celso e Angioni. A ideia é fechar com mais duas contratações, mas o Celso e o Paulo [Angioni] vão explicar melhor no início da semana. Intenção é concluir no final de semana agora", disse ele, admitindo que houve início de negociação pelo lateral-esquerdo Júnior Tavares, do São Paulo:

"Com o Júnior Tavares, conversamos mas não avançamos. Vida que segue".

Bittencourt demonstrou ainda confiança no trabalho do técnico Fernando Diniz, que vem sendo questionado por parte da torcida pelo fato de o Fluminense estar na zona de rebaixamento, mas ressaltou que todos os profissionais do clube estão sob constantes avaliações.

"Qualquer profissional está sob constante avaliação. Seja ele assessor de imprensa, advogado... Chegamos aqui há menos de dois meses e estamos fazendo avaliação desde que chegamos. Avaliação do trabalho e das condições que ele tem de trabalho. Ele tem só um titular do começo do Carioca no time atual, é um time que está em construção. Acabamos de entregar três novas peças [Muriel, Nenê e Wellington Nem]. O time está nas quartas de final da Sul-Americana. Estamos mal no Brasileiro, na Z4, mas quem olha aqui de dentro vê que o trabalho está sendo desenvolvido e da maneira correta", garantiu.

O presidente tricolor comentou também sobre a recente saída do atacante Luciano, um dos artilheiros do Tricolor na temporada, explicando que o clube conseguiu valores mais altos que os previstos inicialmente pela "taxa de vitrine".

"O Fluminense tinha uma opção de compra junto ao Leganés [da Espanha, que detinha os direitos] e que poderia ser exercida até dezembro. Obviamente, sendo sincero, dificilmente conseguiríamos exercer pelos valores altos. O Fluminense tem dificuldade de comprar jogadores. Nosso elenco, hoje, é composto por 95% de emprestados ou que estavam sem contrato. Ele recebeu uma proposta salarial alta, que a gente não tinha como cobrir. Ele nos comunicou e autorizamos a abrir negociação. Ao saber disso, o Leganés tentou negociar um valor maior com os outros clubes. Tínhamos a taxa de vitrine de 20%. Mas o time espanhol não queria nos pagar. Conseguimos chegar a um denominador comum e acabamos vendendo o nosso direito de fazer a opção de compra. O Grêmio nos pagou um valor a mais do que a gente tinha direito. Pela taxa de vitrine, teríamos 20% e recebemos uns 30%".

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Patrocínios

"É muito importante entender que o uniforme não é só o patrocínio master. Também tem outras propriedades. Teve um patrocínio que herdamos, obtivemos um para a omoplata e estamos praticamente fechados com um para a barra das costas até o final de 2020. Seguimos com duas negociações para o patrocínio master. É um mercado que está fechado no momento, com dificuldades financeiras. Os valores não são o que achamos condizente ao Fluminense. Temos negociação para a manga também. Em breve, nos próximos dias, podemos anunciar a barra/costas e a manga da camisa".

Possível retorno do atacante Fred, hoje no Cruzeiro:

"Falei algumas vezes, temos uma relação muito boa, que se construiu aqui no Fluminense. Fui advogado do clube e, depois, vice de Futebol. Tivemos um convívio diário. Fui o responsável pela renovação do contrato em 2015. Infelizmente, ele saiu daqui de maneira ruim. A instituição não foi inteligente com o ídolo. Respeito o contrato que ele tem com o Cruzeiro. Se puder retorno em janeiro... Não farei pelas costas do Cruzeiro, pode ter certeza que faremos de tudo para repatriá-lo, mas dentro das condições do Fluminense. Estamos em uma fase de reconstrução, especialmente no que tange nosso fluxo de caixa. Estamos sendo criativos. Se ele nos abraçar dentro da nossa realidade, faremos de tudo para tê-lo aqui".

Fluminense x Vasco na questão do Maracanã:

"No Brasileiro, está definido. Fluminense vai mandar no Maracanã e vai ficar do lado que o contrato determina. No Carioca, parece que, enquanto não solucionar a questão, não poderia ser no Maracanã. Nós vamos tentar solucionar, se não houver chance, vamos buscar nossos direitos. O que não quer dizer que não haja acordo no futuro. Se conseguir resolver, vou ficar feliz. Acho muito ruim não ter clássicos no Maracanã".

Venda de Leandro Spadacio, do Sub-20, ao Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos:

"Há uma dificuldade no futebol brasileiro, que pode ser sanada com o campeonato de aspirantes. Se produz muitos jogadores e nem todos são aproveitados. Não são apenas questões técnicas, mas de oportunidades. Dos 28 no elenco, temos 16 formados em Xerém. Ele é um atleta que, muito antes da minha chegada, tinha subido ao profissional, com o Abel e o Marcelo [Oliveira]. Tem qualidade, mas nas duas vezes não performou e desceu. Ainda agora, com o Fernando, após treinar, voltou ao sub-20. Ele foi superado por outros atletas de menor idade. Ele deseja que a carreira deslanche. Os que não performam aqui, a gente pode vender. Seriam vendas intermediárias...

Neste caso, então, após ter tido três vezes no profissional e voltado para base, chegou uma proposta do mundo árabe, um mercado que não costuma comprar atletas assim. Chegou essa proposta pois lá se tem uma regra que atletas nascido dos anos 2000 poderia ser contratados sem vaga de estrangeiro. O atleta foi vendido, 70% dos direitos. Se ele maturar lá na frente, podemos ter alguma valorização. Sobre valores, o Fluminense tem um balanço que é publicado. Vamos implementar em setembro ou em outubro o Portal da Transparência. Assim que fizermos isso, vocês terão ciência dos valores. Foi um valor interessante dentro da realidade que expliquei"