Reis da defesa, Carille e Felipão tentam fugir do rótulo de retranqueiros
Amanhã, às 19h, Corinthians e Palmeiras se enfrentam na Arena Corinthians pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Um confronto que expõe dois técnicos que sofrem de críticas parecidas sobre a falta de repertório ofensivo de seus times, mas que respondem com um futebol de resultado bastante eficiente: o alvinegro Fábio Carille, último campeão paulista, e o alviverde Luiz Felipe Scolari, o mais recente campeão brasileiro.
A fama de retranqueiro de Fábio Carille ganhou força no primeiro semestre deste ano, principalmente durante a campanha do título do Campeonato Paulista. O maior exemplo foi na semifinal contra o Santos de Jorge Sampaoli. O Timão foi encurralado pelo adversário no jogo de volta, não conseguiu sair do campo de defesa e só levou a decisão para os pênaltis graças a Cássio.
No entanto, tudo mudou após a parada da Copa América. O Corinthians tem sido mais vertical em campo, com marcação alta e transição rápida para o ataque. Os números comprovam o quanto Carille se esforçou na intertemporada para mudar o rótulo.
Antes da Copa América, o Corinthians finalizou 63 vezes em oito jogos pelo Brasileiro, média de 7,9 por jogo. Destas finalizações, 40 foram erradas, ou seja, sem sequer acertar o gol, e 23 certas, aproveitamento de 36,5%. O time de Carille só havia marcado sete gols em oito jogos, e só superava o ataque dos "lanternas" da competição: CSA, com três gols, e Avaí, com quatro.
No retorno do Brasileiro, os números dobraram no Brasileiro. Foram 48 finalizações, média de 16 por jogo, além de cinco gols em três jogos, média de 1,6 por partida. Se contar a Sul-Americana, o Corinthians soma 79 finalizações, média de 15,8 por jogo, além de nove gols em cinco partidas.
Felipão aproveita pouco o talento do elenco?
O Palmeiras tem um plantel qualificado, com variadas opções para cada posição. E é por isso que as cobranças sobre Felipão sempre aparecem quando o time não joga bem, mesmo que consiga vencer as partidas. Há quem acuse o técnico de ter pouco repertório para agredir os adversários que se fecham.
Essa dificuldade palmeirense diante de retrancas é clara, vide o primeiro tempo contra o Godoy Cruz na última terça-feira pela Copa Libertadores da América. Só que o mesmo jogo mostra qual é a grande virtude de Felipão: montar uma equipe que sai muito forte no contra-ataque e define o resultado com facilidade quando tem mais espaço, a ponto de ter o segundo melhor ataque do Brasileirão com 20 gols.
Até por essa característica, o Palmeiras costuma ser mais agressivo nos primeiros minutos. Se fizer um gol, o Verdão se sente mais confortável para recuar as linhas e depois investir em contragolpes rápidos, aproveitando normalmente o talento de Dudu. Essa fórmula fez o time disparar na liderança do Brasileirão até a Copa América, mas passou a ser neutralizada pelos rivais neste segundo semestre.
Embora não goste de tocar no assunto em entrevistas coletivas e direcione respostas ásperas sobre o tema, Felipão também optaria que a equipe fosse melhor com a bola e se tornasse mais criativa. Essa meta vem desde o início do ano, mas ainda não engrenou, mesmo contando com nomes como Gustavo Scarpa, Lucas Lima e Willian no elenco.
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