Felipão evita falar de ameaças de torcida e descarta deixar o Palmeiras
O técnico Luiz Felipe Scolari se negou a falar sobre os protestos de uma torcida organizada do Palmeiras que aconteceram ontem à tarde, na porta do CT alviverde, quando houve gritos e ameaças dirigidas a ele. Após o empate por 1 a 1 com o Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, em Itaquera, o treinador preferiu valorizar o jogo do Verdão e descartou deixar o clube por qualquer pressão externa.
"Quem te disse?", disse Felipão, indagado se poderia pedir demissão do Palmeiras por causa dos protestos. "Espera. Ouviram o quê? Boatos. Está esclarecido. Quem cria deve ter algum interesse. Eu estou tranquilo, tenho meu time para trabalhar, estou bem com a direção, gosto do Palmeiras. Sobre a manifestação, não vou falar. Vou falar do jogo".
Além de não comentar diretamente os protestos - nos quais houve gritos como "Ô Felipão, vai se f..., se não ganhar amanhã, é você quem vai morrer" -, o treinador dedicou várias respostas a valorizar as amizades que fez dentro do futebol e a dizer que a rivalidade termina dentro do campo. Ele disse que ficou feliz ao ver uma entrevista de Joel Santana na televisão e elogiou bastante o técnico corintiano Fábio Carille.
"Carille foi ao nosso vestiário, foi recebido como o amigo que é. Me deu o kit do Corinthians, como dei a ele o do Palmeiras quando foi jogar lá pelo Paulista. Isso é norma entre os treinadores, aprendi isso quando estava em Londres (no comando do Chelsea). A gente trocava camisas, tomava vinho... isso é normal, gente. Futebol é só dentro de campo. Fora, a amizade tem que ser eterna. A gente tem que ver esse lado, não estou vendo o outro lado, que pode ser um pouco escuro", afirmou o técnico.
Ele disse ainda que vê o Palmeiras em uma crescente e no caminho para retomar o desempenho que apresentava antes da parada para a Copa América. Nos últimos sete jogos da temporada, a equipe venceu só um, e hoje vê o Santos abrindo quatro pontos na liderança do Brasileirão.
"Nossos resultados eram muito bons. A gente tropeçou na Copa do Brasil e passou a ser bom. Teve um jogo ou outro que não esperávamos perder, e agora dá para dizer que estamos razoáveis. Não atingimos o mesmo índice em que estávamos anteriormente, mas temos condições de fazer isso. É ter tranquilidade, não posso levar para dentro do meu trabalho um espírito de negação, que se perdeu a Copa do Brasil, perdeu tudo", concluiu.
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