Palmeiras evita dar visibilidade a protestos e estuda medidas discretas
A estratégia do Palmeiras para lidar com os protestos em tom de ameaça de integrantes da Mancha Alviverde, principal torcida organizada do clube, realizados no último sábado, do lado de fora da Academia de Futebol, é tentar minimizar ao máximo a visibilidade que será dada aos autores da manifestação. O departamento jurídico do clube está com o caso nas mãos e estuda as medidas possíveis, mas a ideia é que tudo seja feito de maneira discreta.
O principal argumento do Verdão para adotar essa postura é "não dar cartaz" aos organizados. Não está claro ainda qual a natureza das medidas judiciais que o clube pretende tomar contra os torcedores, que entoaram gritos como "Ô Felipão, vai se f..., se não ganhar amanhã, é você quem vai morrer" e levaram faixas com dizeres como "Ninguém morreu ainda" e "Clássico vale vida".
Ontem, após o empate por 1 a 1 com o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro, o clube adotou o comportamento de não falar dos protestos. O técnico Luiz Felipe Scolari, principal alvo das ameaças, disse que falaria apenas do jogo e negou qualquer possibilidade de pedir demissão por causa da pressão. Os jogadores também evitaram comentar a situação. Na saída de campo, aliás, ninguém, falou, algo que não costuma acontecer com frequência.
Na noite de sábado, dia dos protestos, o clube emitiu nota oficial repudiando o ato dos torcedores e prometendo tomar providências. O texto destacava que a manifestação agressiva era "incompatível" com o momento da equipe. O Palmeiras é o atual campeão e vice-líder do Brasileiro, está nas quartas de final da Libertadores e foi eliminado pelo Internacional da Copa do Brasil também nas quartas.
Dentro do clube, o sentimento de várias pessoas é de incompreensão com a intensidade dos protestos, que já vêm desde a eliminação para o Inter, quando Felipão disse que "ninguém morreu" na tentativa de minimizar a derrota. A frase desagradou a torcida organizada, que divulgou carta no sábado atacando a "arrogância" do treinador e fazendo críticas também ao diretor de futebol, Alexandre Mattos, e ao presidente, Maurício Galiotte.
Há ainda quem acredite que o clube é vítima de um "racha" dentro da Mancha, com uma ala se opondo ao apoio financeiro da Crefisa, principal patrocinadora do Palmeiras e cuja presidente, Leila Pereira, é aliada de Galiotte. A empresa tem investido bastante na escola de samba da torcida, que foi campeã do Carnaval de São Paulo em 2019. A hipótese também circula na Polícia Civil e no Ministério Público desde o primeiro semestre, quando também houve protestos que foram internamente considerados exagerados.
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