Caso Daniel: "Allana ficou presa tempo demais", diz tia do jogador
Tia do jogador Daniel, assassinado em outubro de 2018, Regina Corrêa disse que a notícia sobre o habeas corpus concedido a Allana Brittes a fez relembrar de todo o drama vivido com o caso, mas ressaltou que a acusada ficou tempo demais na cadeia.
"O crime que ela cometeu não foi o assassinato. Não vejo participação dela no crime. De tudo que o doutor Nilton [Ribeiro, assistente de acusação] me falou sobre o direito, ela ficou presa tempo demais, o crime que ela cometeu não seria tão longo assim, nove meses", disse ela em mensagem enviada a Eleandro Passaia, apresentador da Tribuna da Massa, no Paraná.
Allana, filha do réu confesso Edison Brittes, está presa desde novembro acusada de coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor. A expectativa é que ela seja liberada na tarde de hoje.
"Parece pouco, mas já pensou o que é nove meses atrás das grades, sair lá de dentro e ver o que o mundo de fora pensa sobre a família dela? Imagina começa a vida aos 18 anos sendo ex-presidiária, tendo sido presa por ser cumplice de um assassinato? A vida vai cobrar dela", disse.
Apesar de demonstrar empatia, Regina explicitou a dor que sentiu ao saber sobre o habeas corpus. "Em nome da minha família, a gente recebeu a notícia que ela está sendo solta e atrás disse veio toda aquela tortura que vivemos, a tristeza, todas aquelas frases dissimuladas, a história que ela inventou para ludibriar, todos os momentos de terror procurando o Daniel na qual ela foi fria, calculista e dissimulada."
A tia do jogador ressaltou que não tem o desejo de vingança. "Peço paz em nome de todos. Não existe uma guerra entre as famílias, nós já perdemos. Eles ganharam. Eles mataram o Daniel. Agora a gente quer justiça", completou.
Entre os dias 15 e 17 deste mês os sete réus do processo de homicídio de Daniel prestarão depoimento à juíza Luciani Regina de Paula, que encerrará a audiência de instrução com a decisão de o caso ir ou não a júri popular. Allana e os pais estarão no grupo de sete pessoas que respondem pelo crime. Com a decisão de ontem, a jovem se apresentará na condição de ré em liberdade. Os pais da jovem, Cristiana e Edison, continuam presos, ambos acusados de homicídio.
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