Incêndio no CT: Movimento rubro-negro projeta ato antes de jogo com Grêmio
O movimento "Não esquecemos", idealizado pelo grupo "Flamengo da gente", organiza um ato para sábado, antes da partida entre Flamengo e Grêmio, no Maracanã. A ideia, além de marcar os seis meses do incêndio no alojamento das categorias de base no CT Ninho do Urubu, que fez de 10 jovens vítimas fatais, é cobrar também transparência sobre investigação do caso.
A tragédia aconteceu no dia 8 de fevereiro e tirou a vida de Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos (Gedinho), Jorge Eduardo, Pablo Henrique, Rykelmo, Samuel Thomas e Vitor Isaías
"É um movimento não apenas para marcar estes seis meses, mas também para cobrar. E é uma cobrança não só quanto à indenização, pois sabemos que é um assunto mais delicado, mas uma cobrança por transparência. Transparência nas investigações quantos aos responsáveis, em como está o acompanhamento às famílias das vítimas... Nossa palavra-chave é transparência", aponta Rafael Simi, um dos integrantes do "Flamengo da gente".
"Vamos ter material como adesivos e cartazes para aqueles que se identificarem com a causa. Porém, não estamos divulgando o local de concentração, pois sabemos que nem todos concordam com essas cobranças", completou.
Cauan Emanuel, Francisco Dyogo e Jhonata Ventura tiveram de ficar internados após o incidente. Todos já receberam alta, mas apenas os dois primeiros já se reintegraram à base rubro-negra - Ventura, que teve 30% do corpo queimado, ainda está sob acompanhamento médico e sendo observado por profissionais do Flamengo.
O "Não esquecemos" lançou um manifesto ontem (8) no site do próprio movimento.
"A memória é uma importante ferramenta para sempre nos lembrarmos de que somos humanos. No dia 8 de fevereiro de 2019, um incêndio tirou a vida de 10 meninos do Clube de Regatas do Flamengo. Dez garotos com o sonho de defender as cores que amamos.
Sabemos que nada vai reparar a dor de amigos e familiares, mas exigimos justiça! E ela começa por investigações profundas, que apurem responsabilidades.
Nos últimos anos, o clube se estruturou, montou um estrelado elenco de futebol profissional e ganhou o status de milionário do esporte. Isso só aumenta nosso desejo de que crianças nunca mais precisem dormir em alojamentos improvisados ou sejam submetidas a situações que ponham em risco sua vida, dignidade, saúde ou desenvolvimento psicológico.
Que o 8 de Fevereiro se torne uma data oficial. De vergonha e memória. Que os responsáveis sejam apontados, sem blindagem. Que as famílias das vítimas recebam a reparação financeira que entendam ser justa. E que todos os envolvidos tenham acompanhamento social e psicológico pelos próximos anos.
Para nós, a grandeza do Flamengo não está na sala de troféus. Está na relação digna com seus atletas e torcedores."
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