Lateral do Botafogo sucumbe às vaias e se reergue com apoio psicológico
No início, incomodava, mas dava para lidar. Passado mais de um ano, porém, ficou insuportável. As vaias que insistiram em perseguir Marcinho no Botafogo afetaram seu psicológico, e foi necessário um trabalho mental para que o jovem lateral direito se reerguesse no clube e voltasse a apresentar boas atuações.
Sobrinho do técnico Oswaldo de Oliveira, Marcinho recorreu ao trabalho do psicólogo alvinegro Paulo Ribeiro, contratado em janeiro de 2019, após cinco anos sem o Botafogo contar com este tipo de serviço.
"Foi uma conversa franca, uma troca de sentimentos. Não posso abrir tudo, mas é uma conversa de sentimentos. Ser franco, expor o sentimento, botar essa energia ruim para fora. Assim você vai crescendo", explicou Marcinho.
Experiente, Paulo Ribeiro trabalhou durante 22 anos no Flamengo e mais quatro anos no Vasco. Fora do futebol, é professor de Psicologia na universidade Veiga de Almeida.
Tanto o profissional, quanto o jogador e o clube preferem não entrar em detalhes sobre o trabalho que foi feito com o lateral direito, que se sente outro após estas sessões.
"Difícil ter todo dia, ou todo fim de semana, uma pessoa dizendo que você é ruim. Graças a Deus, tenho confiança plena do clube. Vi que sou muito querido, não só por comissão, companheiros... Conversei muito com o Barroca (treinador), conversei muito com o Paulo Ribeiro, nosso psicólogo. Cresci muito", disse.
De acordo com Marcinho, as vaias, em dado momento, o fizeram perder a confiança nos fundamentos básicos de um lateral direito:
"Acho que estava tudo mais na minha cabeça. Não tinha mais força para atacar, driblar, fazer meus cruzamentos e chutar no gol. Não conseguia reverter aquilo para ter força em campo. Foi o que eu consegui recuperar".
Marcinho recuperou a titularidade nos últimos jogos e tem se destacado. Na vitória do último domingo por 2 a 0 sobre o Avaí, por exemplo, ele deu a assistência para o segundo gol, marcado pelo zagueiro Marcelo Benevenuto.
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