São Paulo quebra tabu de um ano e vence Santos de virada com dois de Pato
Depois de um ano, o São Paulo voltou a vencer um clássico regional. Hoje (10), no estádio do Morumbi, o Tricolor recebeu a visita do Santos, em partida válida pela 14ª rodada do Campeonato Brasileiro, e venceu de virada, por 3 a 2, com dois gols de Pato e um Reinaldo, de pênalti, anotados no segundo tempo.
Com casa cheia, São Paulo e Santos fizeram primeiro tempo equilibrado, com as duas equipes tendo chances para marcar. O Santos, no entanto, foi o único que aproveitou, e marcou com Sasha. No segundo tempo, o Tricolor mostrou outro ritmo e virou a partida em menos de 15 minutos. No fim, o Santos diminuiu em cobrança de falta e pressionou.
Com a vitória, o São Paulo voltou a vencer um clássico há mais de um ano. A última vitória havia acontecido em julho de 2018. Com o resultado, o São Paulo chegou aos 24 pontos, subindo para a quinta colocação. O Tricolor enfrenta o Ceará na próxima rodada. Já o Santos, líder com 32 pontos, está a quatro pontos do vice-líder Palmeiras, que ainda joga na rodada. Na próxima rodada, o Peixe enfrenta o Cruzeiro.
Quem foi bem: Alexandre Pato
O cara da partida. Empatou o jogo para o São Paulo para não dar tempo para novas vaias da torcida, incendiou o segundo tempo com muita entrega e jogadas individuais. Reflexo disso é o golaço marcado para fazer o 3 a 1. Acreditou na pressão sobre os zagueiros até o fim, insistiu na arrancada para deixar Aguilar no chão e mandou no ângulo, longe do alcance de Everson. Foi o quarto gol do atacante sobre o Santos somando as duas passagens pelo Tricolor. Fez um em 2014, um em 2015 e dois hoje. Todos foram marcados no Morumbi. Ao ser substituído, foi ovacionado pela torcida.
Quem foi mal: Felipe Aguilar
Atuação desastrosa do zagueiro colombiano no Morumbi. Foram algumas saídas de bola perigosas no primeiro tempo, problemas para marcar a bola área são-paulina, um pênalti infantil cometido para dar a virada ao rival e ainda um lance constrangedor no segundo gol de Pato. A imagem de Aguilar caído no chão, olhando para baixo desiludido, representa a jornada do defensor santista no clássico.
Igor Vinícius para Soteldo e faz a torcida esquecer Dani Alves por um dia
Nos últimos dias, a torcida do São Paulo se dividiu em dois assuntos nas redes sociais, praticamente complementares: a ansiedade pela presença de Daniel Alves no clássico e a preocupação com o duelo de Igor Vinícius com Yeferson Soteldo, destaque do Santos nas últimas rodadas do Brasileirão. No fim das contas, Igor teve uma atuação tão acima da média que os tricolores puderam esquecer essas angústias por algumas horas na tarde de hoje. O lateral levou apenas um drible do venezuelano, quando escorregou ainda no primeiro tempo. Depois, acumulou desarmes e ainda revidou deixando o rival caído na etapa final.
Atuação do São Paulo
Cuca mais uma vez apostou em um São Paulo agressivo e veloz, uma receita que decidiu os jogos contra Fluminense e Chapecoense. A diferença é que hoje o técnico investiu nisso desde o começo, sacando Hernanes do time titular e pondo Everton como armador. Essa troca permitiu ao Tricolor adiantar bastante a marcação na saída de bola do Santos e contra-atacar com velocidade. Foram inúmeras chances criadas no primeiro tempo, mas houve muito problema na conclusão das jogadas. Luan e Toró foram os que mais falharam nesse aspecto, seja em finalizações ou na hora de tentar uma assistência. Com a equipe vaiada no intervalo, logo após o gol tardio de Sasha, Cuca mexeu de novo. Tirou Luan e adiantou o time com a entrada de Hernanes. Em 11 minutos o placar já havia sido virado, com duas participações do Profeta. Ele desviou o escanteio de Reinaldo que terminou com o gol de Alexandre Pato e cobrou o escanteio que terminou com pênalti convertido por Reinaldo. Seria preciso mudar de novo, desta vez por obrigação, já que Hernanes se machucou. Hudson entrou para recuperar a força defensiva.
Atuação do Santos
As grandes atuações contra Avaí e Goiás fizeram o Santos se consolidar como líder do Brasileiro e como expoente de um futebol bem jogado. E com justiça os elogios para Jorge Sampaoli cresceram. A forma como o Peixe joga é cada vez mais clara e convicta. Mesmo com o São Paulo melhor em boa parte do primeiro tempo, o Santos não se intimidava e insistia em uma saída de bola pelo chão, com toques rápidos e aproximações. As jogadas fluem com muita naturalidade e as trocas de posição impressionam. Sánchez é quem faz tudo girar e teve papel importante na origem do gol de Sasha. No segundo tempo, entretanto, Sampaoli não conseguiu fazer seu time se soltar. Os primeiros minutos foram de extrema pressão tricolor, enquanto o restante da etapa final foi marcado por passes lentos e perdas de bola na defesa.
Cronologia do jogo
Com primeiro tempo equilibrado, São Paulo e Santos tiveram chances de balançar as redes. O Santos, em dois chutes de Felipe Jonatan, mostrou que o arremate de fora da área podia ser uma boa válvula de escape para a marcação forte do São Paulo pelas laterais. Pelo lado tricolor, Raniel foi quem mais incomodou o goleiro Everson. No principal lance, logo aos 3 minutos, cabeceou sozinho e mandou bola para fora.
Segundo time com mais gols marcados no Campeonato Brasileiro (24), o Santos aproveitou a força de seu ataque para abrir o placar. Em jogada de bom apoio ofensivo do volante Pituca, o jogador chutou colocado e viu a bola bater na trave. No rebote, Eduardo Sasha, em posição legal, aproveitou o rebote e abriu o placar.
Se o primeiro tempo foi equilibrado, a segunda etapa teve o São Paulo como time mais dominante. Logo aos três minutos, Alexandre Pato aproveitou rebote em cobrança de escanteio e, com chute forte, empatou para o Tricolor. Com o Santos acuado, coube ao time da casa imprimir ritmo mais forte e encurralar o rival. Aos 11 minutos, o zagueiro santista Aguilar colocou a mão na bola e o árbitro assinalou pênalti. Na cobrança, Reinaldo chutou firme e estufou as redes. Com o Peixe abatido, o São Paulo não diminuiu o ritmo e conseguiu ampliar a vantagem: Pato saiu cara a cara com Everson e chutou no alto. Quando parecia que o São Paulo teria um fim de jogo tranquilo, o Peixe diminuiu em cobrança de falta e pressionou até o fim, mas não chegou ao gol de empate.
Sob os olhares de Tite, Everson começa nervoso
Técnico da seleção brasileira, o técnico Tite esteve no Morumbi para acompanhar o clássico San-São. Ao lado do auxiliar Cléber Xavier e do preparador de goleiros Taffarel, Tite foi ao Morumbi analisar o desempenho de dois jogadores do Santos: o goleiro Everson e o lateral Jorge. O arqueiro do líder do Brasileirão começou o clássico mostrando aparente nervosismo e errando saídas de bola. No segundo tempo, não teve culpa nos três gols sofridos, e ainda fez defesas seguras.
São Paulo quebra tabu
A vitória sobre o Santos, em casa, neste sábado, quebrou um tabu que incomodava o time do Morumbi. A última vitória do São Paulo em um clássico paulista havia acontecido há mais de um ano: dia 25 de julho de 2018. Com dois gols de Reinaldo e um do zagueiro Anderson Martins, o Tricolor venceu o Corinthians por 3 a 1, pelo Campeonato Brasileiro. Desde então, foram 12 jogos sem vitória contra os principais rivais, até hoje, quando a equipe virou o placar sobre o Santos.
Além da quebra do tabu, o Tricolor também presenteou seus torcedores com a vitória de número mil da história do clube no Morumbi. Com a suada performance sobre o Santos, a equipe venceu sua terceira partida seguida no ano pela primeira vez.
Ficha técnica
São Paulo 3 x 2 Santos
Data: 10 de agosto de 2019, sábado
Horário: 17 horas (de Brasília)
Local: Estádio do Morumbi, em São Paulo-SP
Competição: Campeonato Brasileiro, 14ª rodada
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Neuza Ines Back e Daniel Luis Marques (ambos de SP)
VAR: Rodrigo Guarizo (SP)
Público: 47.277
Renda: 3.103.842,00
Cartões amarelos: Raniel, Tchê Tchê, Reinaldo, Everton, Arboleda e Bruno Alves (São Paulo); Aguilar (Santos)
GOLS: Eduardo Sasha aos 43/1ºT e Raniel aos 40/2ºT (contra); Alexandre Pato aos 3/2ºT, Reinaldo aos 11/2ºT e Alexandre Pato aos 26/2ºT
São Paulo: Tiago Volpi; Igor Vinícius, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Luan (Hernanes) (Hudson), Tchê Tchê e Everton; Toró, Raniel e Pato (Vitor Bueno)
Técnico: Cuca
Santos: Everson; Aguilar, Gustavo Henrique, Lucas Veríssimo e Jorge; Pituca, Sánchez (Evandro) e F. Jonatan (Jean Mota); Soteldo, Derlis Gonzalez (Marinho) e Eduardo Sasha
Técnico: Jorge Sampaoli
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