Caso Daniel: Defesa pede que Brittes falem por último em audiência
Começa hoje (13), em São José dos Pinhais (PR), a última fase da audiência de instrução do caso da morte do jogador Daniel. Os sete réus acusados de envolvimento no assassinato do atleta já chegaram ao Fórum de São José dos Pinhais (PR), onde prestarão depoimento.
A previsão era de que Edison Brittes Jr., réu confesso, fosse o primeiro a falar à juíza Luciani Regina Martins de Paula. No entanto, ao chegar ao local, o advogado de defesa, Cláudio Dalledone Jr., disse à reportagem que irá solicitar que a Edison, sua mulher Cristiana e filha, Allana, sejam os últimos a prestar depoimento.
"A defesa irá endereçar em primeiro momento o requerimento para que Edison, Allana e Cristiana sejam ouvidos por último, porque na eventualidade de eles sofrerem uma acusação por parte dos demais, o que não temos certeza, eles poderão se defender. A expectativa é que as questões que vão ser discutidas são essas", disse Dalledone na chegada ao fórum.
Com a previsão de depoimentos longos dos réus, é possível que não haja tempo suficiente para que os Brittes sejam ouvidos até a próxima quinta-feira (15), último dia de audiência. Caso isso aconteça, a juíza precisará agendar uma nova data para que Edison, Cristiana e Allana falem sobre o que aconteceu naquela noite de 27 de outubro de 2018.
Um dos primeiros a chegar ao fórum foi Nilton Ribeiro, advogado da família de Daniel e assistente de acusação. Em contato com os jornalistas, ele disse que espera "um pouquinho de humanidade" por parte dos réus.
"Assistência de acusação espera sinceramente que a família Brittes e todos os acusados ajam com um pouquinho pelo menos de humanidade. Já disse que cometeram um crime horrendo, uma barbaridade, num jovem promissor, um jovem do bem, um jovem de uma família extremamente honesta e bondosa", afirmou. "Tenham dignidade, sejam humanos pelo menos nesse momento. Deixem a covardia de lado, sejam humanos, confessem o seu erro, paguem a sua pena e deixe essa família descansar e paz."
A lista de réus inclui também David Vollero, Ygor King, Eduardo Henrique e Evellyn Perusso acusados por diferentes crimes que ocorreram durante e após o assassinato de Daniel, como coação de testemunha e fraude processual. Evellyn, por exemplo, responde em liberdade por falso testemunho. Além dos sete acusados, outras duas testemunhas devem ser ouvidas rapidamente.
Allana teve habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça na última semana e passou a responder em liberdade pelos crimes de que é acusada: coação no curso do processo, fraude processual e corrupção de menor. Assim como Juninho, Cristiana responde por homicídio.
O jogador foi morto em 27 de outubro de 2018 depois de um "after party" na casa da família Brittes após a comemoração do aniversário de 18 anos de Allana na casa noturna Shed, em Curitiba (PR).
A audiência de instrução teve início em fevereiro e já ouviu 77 testemunhas entre acusação e defesa. Só a família Brittes teve 48 nomes arrolados, de familiares a amigos próximos e pessoas que de alguma forma foram envolvidas no caso.
Depois das oitivas, há um prazo de cinco dias para alegações da promotoria e outros cinco para os defensores. Após analisar as manifestações, a juíza Luciani Regina Martins de Paula dará a sentença de pronúncia se os réus irão a júri popular.
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