Como o Atlético-MG fez para pagar mais de R$ 20 milhões por dois reforços
O Atlético-MG vive um momento delicado em relação às finanças. O discurso de austeridade é pregado por toda a diretoria. O clube, contudo, teve gastos significativos no mercado da bola. A cúpula se comprometeu a pagar US$ 5,2 milhões (R$ 20,72 milhões) para adquirir Ramón Martínez e Lucas Hernández nesta janela de transferências. Os mineiros não confirmam detalhes, mas usaram recursos próprios e parcelaram as duas compras.
Ramón Martínez, de 23 anos, foi comprado do Guarani, do Paraguai, por US$ 2,2 milhões (R$ 8,77 milhões). Lucas Hernández, de 27 anos, deixou o Peñarol, do Uruguai, por US$ 3 milhões (R$ 11,96 milhões).
Os dois acordos foram feitos para que houvesse pagamento de forma parcelada. A ideia é evitar que as contratações onerem o orçamento anual do clube. Não há detalhes, mas o procedimento é semelhante ao adotado na aquisição de Guga, que pertencia ao Avaí. Na ocasião, os mineiros parcelaram a compra do lateral direito em três vezes. O primeiro depósito foi feito em janeiro, o segundo ocorreu em julho e o terceiro será em dezembro deste ano.
Perguntado sobre o tema em entrevista concedida ao UOL, o diretor de futebol Rui Costa se explica, mas evita dar detalhes, alegando confidencialidade.
"O Atlético é um clube que tem credibilidade, tem crédito. Existem coisas que evidentemente são absolutamente contratadas, legalizadas e transparentes, além de acessíveis aos conselheiros do clube. Por cláusulas de confidencialidade, não posso, como gestor e diretor de futebol, torná-las públicas. O Atlético fez tudo dentro das linhas e das premissas que o presidente Sérgio [Sette Câmara] sempre colocou. Temos que respeitar o orçamento e colocar o clube competitivo sem desequilibrar as receitas e despesas. É para que o clube consiga ter um equilíbrio nos anos, até pelo modelo de gestão que tem hoje", declarou o dirigente.
"É impressionante o nível de controle que o Atlético tem. É uma tendência no futebol. O Atlético, por conta disso, tem uma capacidade de crédito que possibilitou trazer esses jogadores que, na minha opinião, eram importantes do ponto de vista de perfil e setor, e contratações pontuais", acrescentou.
O clube fez três contratações desde a chegada de Rui Costa. Além da dupla que foi adquirida por mais de R$ 20 milhões, o clube se acertou com Franco Di Santo. O atacante, contudo, não representou um gasto elevado. A ideia da cúpula é gastar 287 mil euros (R$ 1,2 milhão) durante a sua estadia na Cidade do Galo. O contrato dele se encerra em dezembro de 2020.
"Não tinha sentido trazer dez jogadores. Primeiro, porque seria irresponsável. Segundo, porque não tem dinheiro para isso. É evitar o processo de endividamento. Quando eu tive claro o que precisava ser feito, nós fizemos", concluiu Rui Costa.
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