Famílias de vítimas de voo da Chape vão ao Senado para cobrar seguradora
Em encontro no Senado Federal marcado para amanhã (15), as famílias das vítimas do acidente com o avião que levava a Chapecoense para a Colômbia no dia 28 de novembro de 2016 pedirão ajuda para fazer com que a Seguradora Bisa, a corretora de seguros AON e os governos da Bolívia e da Colômbia assumam responsabilidade pelo ocorrido. Na ocasião, 71 pessoas morreram, sendo 64 brasileiras, no voo LaMia 2933, que transportava a delegação da equipe catarinense e convidados para a decisão da Copa Sul-Americana em Medellín.
Passados quase três anos, o valor referente ao seguro da aeronave ainda não foi pago. As famílias obtiveram um documento que mostra que a avaliação do seguro caiu de US$ 300 milhões em 2015 para US$ 25 milhões em 2016 após renovação feita pela corretora quando a AON junto à seguradora Bisa e à LaMia, que excluía voos que passassem pelo território colombiano.
Este é o gatilho que responsabiliza os governos das duas nações envolvidas no entendimento dos familiares. Com um voo sem seguro e com erros em seu plano de navegação - a insuficiência de combustível declarada em documentos -, a aeronave não deveria ter deixado a Bolívia e nem sido aceita na Colômbia.
"Havia uma cláusula de exclusão. A seguradora não reconheceria o sinistro se sobrevoasse a Colômbia. O destino era a Colômbia. O avião não poderia ter saído do solo, porque a Bolívia não poderia ter aceitado o plano de voo. Da mesma forma com a Colômbia, que não poderia ter aceitado. E estão fazendo vistas grossas", cobra Mara Paiva, da Associação das Famílias de Vítimas do voo da Chapecoense e viúva de Mario Sergio Pontes de Paiva. O ex-jogador e comentarista dos canais Fox Sports foi uma das vítimas do acidente.
A AFAV-C conseguiu uma audiência pública no Senado para esta quinta, às 10h (de Brasília), com presenças de senadores, sobreviventes e autoridades ligadas à Bolívia e Colômbia, além de executivos das seguradoras e convites ao Ministério Público Federal. No entanto, a adesão das partes que podem ser responsabilizadas é baixa. Apenas o governo da Colômbia sinalizou a possibilidade de enviar um representante segundo Mara Paiva. Os bolivianos e as empresas de seguro não deram sinais de interesse na resolução do caso.
"Uma corretora não poderia ter aprovado um seguro com essa cláusula. É uma intermediadora entre a Lamia e a Bisa. E a AON é a segunda maior do mundo, patrocina o Manchester United. Corretora vende o que? Tranquilidade, segurança... como é que agiram desta forma?", cobrou Mara Paiva, que espera ajuda do Senado e do Governo na causa.
"Morreram 64 brasileiros. O que vocês (do Governo) vão dizer a respeito disso?", questionou.
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