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Brasileirão - 2019

Cruzeiro vence líder Santos, e Ceni estreia com "xeque-mate" em Sampaoli

Do UOL, em São Paulo

18/08/2019 17h55

O Cruzeiro do estreante Rogério Ceni deu um "xeque-mate" no Santos de Sampaoli e venceu por 2 a 0 na tarde de hoje (18), no Mineirão, jogo válido pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. O ritmo da vitória celeste sobre o líder da competição foi ditado pela expulsão relâmpago do zagueiro alvinegro Gustavo Henrique, seguida de substituições dos treinadores ainda no primeiro tempo.

Fred saiu do banco de reservas para abrir o placar, quebrando jejum de 16 jogos sem balançar as redes, e ainda deu assistência a Thiago Neves, autor do segundo.

O resultado impacta na disputa pela liderança, já que o Santos, apesar de seguir na primeira posição mesmo com a segunda derrota seguida, viu sua vantagem na ponta cair de três para dois pontos neste fim de semana. A concorrência no pelotão de frente também aumentou: Flamengo, São Paulo e Corinthians venceram e embolaram a disputa no G6.

O Cruzeiro respira. A última vitória no Brasileirão datava do dia 5 de maio, quando o time bateu o Goiás pela terceira rodada. Agora com 14 pontos, os mineiros deixam a zona de rebaixamento e ocupam a 16ª posição, ainda na parte de baixo da classificação.

Tanto Cruzeiro quanto Santos voltam a jogar domingo que vem. Os mineiros visitam o CSA, enquanto os paulistas recebem o Fortaleza. Ambas as partidas serão válidas pela 16ª rodada do Brasileirão.

O melhor: Rogério Ceni

Se a partida pode ser comparada a um jogo de xadrez, o melhor em campo é o que controla as peças: o estreante Rogério Ceni. O treinador do Cruzeiro leu a estratégia santista após a primeira substituição feita por Sampaoli, ainda aos 8 minutos de jogo, e respondeu sacando Egídio para a entrada de Fred. O centroavante brilhou com um gol e uma assistência, mudando o panorama de uma partida dominada na maior parte do tempo pelos donos da casa.

O pior: Jorge Sampaoli

Surpreendido com a expulsão de Gustavo Henrique logo no primeiro lance da partida, Sampaoli foi ousado e poderia ter colhido uma inesperada vitória. Não conseguiu: custou caro a insistência em uma formação mais ofensiva, já que o técnico preferiu manter apenas um zagueiro de origem em campo. Com derrota parcial por 1 a 0, Sampaoli voltou atrás e então colocou o zagueiro Luiz Felipe. Tarde demais: um minuto bastou para tomar o xeque-mate.

VAR relâmpago

Logo aos três minutos de jogo, a arbitragem, com consulta ao VAR, expulsou o santista Gustavo Henrique. Quando Pedro Rocha disparava para ficar cara a cara com o goleiro Éverson, o zagueiro fez falta por trás e recebeu o vermelho direto - uma das situações do protocolo que pedem consulta ao árbitro de vídeo.

Mudança "sem Pará"

Uma situação inusitada envolvendo o lateral-direito Pará foi protagonizada por Sampaoli. O treinador santista primeiro optou por tirá-lo do banco de reservas, aos 8 minutos de jogo, e colocá-lo em campo no lugar de Evandro. No intervalo, porém, deixou Pará no vestiário para subir ao gramado com o zagueiro Luiz Felipe no time.

Cruzeiro: xeque-mate em Sampaoli

O xeque-mate do Cruzeiro para cima do Santos passa diretamente pela entrada de Fred no jogo. O centroavante abriu o placar com assistência de Thiago Neves e devolveu a gentileza com o passe para o gol do camisa 10. A estratégia de Ceni de amassar o adversário com um ataque povoado surtiu efeito positivo para o lado celeste.

Santos: o arrependimento bateu

Sampaoli, nas "entrelinhas táticas", admitiu ter errado. Na volta do Santos para o segundo tempo, o técnico argentino tirou Pará para a entrada de Luiz Felipe. O "problema" é que Pará havia sido justamente a aposta do treinador após expulsão de Gustavo Henrique. Nem sempre dá para priorizar o ataque em detrimento da defesa...

Cronologia do jogo

Mais do que 45 minutos iniciais de muitas finalizações e gol de Fred para o Cruzeiro quase nos acréscimos, a primeira etapa da partida foi um "jogo de xadrez" dos estrategistas Rogério Ceni e Jorge Sampaoli. E as ideias do estreante celeste mostraram-se mais eficiente.

A expulsão de Gustavo Henrique logo aos três minutos pedia ao Santos a entrada de um zagueiro, certo? Errado na opinião de Sampaoli, que tirou Evandro e colocou Pará - espécie de meio-termo entre reforçar a defesa e não abdicar do DNA ofensivo.

Ceni percebeu a jogada do técnico argentino e respondeu tirando Egídio para a entrada de Fred. O resultado foi um jogo bastante aberto, com um Cruzeiro mais ofensivo e um Santos, é verdade, apresentando periculosidade mesmo com um a menos. Mas o gol sairia dos pés do camisa 9 cruzeirense, após assistência de Thiago Neves - Pará, justamente o escolhido de Sampaoli para tentar consertar o setor defensivo, deu condição legal para o centroavante.

Para a etapa final, Sampaoli deu um passo atrás em sua estratégia e voltou com Luiz Felipe. O zagueiro em campo pouco surtiu efeito: logo no primeiro minuto do segundo tempo, David tocou para Fred, que rapidamente encontrou Thiago Neves. O camisa 10 bateu da entrada da área no canto esquerdo de Éverson e fez o Cruzeiro abrir 2 a 0.

Se a Raposa já controlava o jogo no primeiro tempo antes mesmo de abrir o placar, não foi difícil terminar de cozinhar o Santos quando o marcador apontava dois gols de vantagem. Ainda que bastante movimentada, a partida não teve mais gols e perdeu em qualidade técnica com o desgaste físico dos jogadores.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 2 X 0 SANTOS

Data: 18 de agosto de 2019, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Competição: Campeonato Brasileiro, 15ª rodada
Árbitro: Anderson Daronco (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Elio Nepomuceno de Andrade Junior (RS)
VAR: Caio Max Augusto Vieira (RN)
Público/renda: 36.975 pagantes / R$ 629.491,00

Gols: Fred, aos 43 minutos do primeiro tempo; Thiago Neves, ao 1º minuto do segundo tempo

Cartões amarelos: Thiago Neves e Fred (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Gustavo Henrique (Santos)

Cruzeiro: Fábio; Orejuela, Dedé (Cacá), Fabrício Bruno e Egídio (Fred); Henrique, Dodô, Marquinhos Gabriel e Thiago Neves; David (Robinho) e Pedro Rocha. Técnico: Rogério Ceni.

Santos: Éverson; Jorge, Lucas Veríssimo e Gustavo Henrique; Diego Pituca, Carlos Sanchez (Alison), Felipe Anderson e Evandro (Pará (Luiz Felipe)); Derlis Gonzáles, Soteldo e Sasha. Técnico: Jorge Sampaoli.