Daniel Alves estreia com gol, liderança e função de camisa 10 no São Paulo
A estreia de Daniel Alves pelo São Paulo foi do jeitinho que o reforço sonhava na tarde de hoje, na vitória por 1 a 0 sobre o Ceará no Morumbi. O camisa 10 jogou como meio-campista, participou de todas as posses de bola relevantes do Tricolor e fez seu gol ao mostrar grande oportunismo dentro da área.
Foi atrás de óculos escuros e expressão séria que Daniel Alves entrou no estádio do Morumbi na tarde de hoje, cerca de uma hora e meia antes de a bola rolar. Ele foi um dos últimos a descer do ônibus, mas daí em diante pareceu se transformar para ser pioneiro em tudo, até no aquecimento: foi quem teve a iniciativa nos exercícios físicos e também quem começou a troca de passes. No treino de finalizações não foi bem, mesmo tentando com insistência, e na única bola que acertou apontou para o gol como se pensasse "tudo bem, entendi você".
Após ser o nome mais celebrado ao aparecer no telão do Morumbi, Daniel Alves voltou ao gramado no protocolo da entrada das equipes em campo, conversando e afagando as crianças que o acompanhavam. Cantou o hino nacional como se estivesse na seleção brasileira, orientou Antony e Tchê Tchê antes do apito inicial e, com 27 segundos de jogo, arriscou o primeiro chute - defendido pelo goleiro Diogo Silva.
Para ter Antony, Dani Alves e Juanfran (o outro estreante) do mesmo lado, o técnico Cuca usou um meio-campo ofensivo e deixou o camisa 10 flutuar entre a direita e a faixa central do campo. Por ali, o reforço criou as primeiras jogadas do São Paulo, limpando o início dos lances para dar velocidade ao time. Ele mostrou certa falta de ritmo ao sofrer um desarme pelas costas, mas marcou presença em cada posse de bola do Tricolor, preferindo toques curtos nas triangulações com Tchê Tchê e Antony.
Foi com base nos passes curtos que o São Paulo abriu o placar, e o autor não poderia ser outro. A ajeitada de Raniel nem foi tão boa assim após cruzamento de Juanfran, mas Dani Alves consertou no domínio e bateu no contrapé do goleiro para botar o sorriso na cara dos quase 48 mil são-paulinos no Morumbi. Na comemoração, foi abraçado pelo elenco inteiro, ensaiou dancinha e só parou de mandar beijos para a arquibancada quando o jogo recomeçou.
Quase que a festa foi dobrada minutos depois, quando o segundo gol só não saiu por capricho em cobrança de falta de Dani Alves que passou rente à trave. As mãos foram à cabeça de incredulidade, mas acompanhadas de um sorriso no rosto pela boa atuação: todas as três chances mais agudas do São Paulo na primeira etapa foram finalizações do camisa 10.
Daniel Alves voltou do intervalo centralizado, na função típica do número 10 que leva às costas: pelo meio, aproximando-se do lado de quem estivesse com a bola. De finalizador, transformou-se em armador durante meia hora, quando deu chapéu em um lance e deixou Antony na cara do gol em outro. Quando voltou a chutar, teve gol corretamente anulado por impedimento.
Os minutos finais reservaram duas faltas do camisa 10, que foi um dos melhores em campo ao lado de Tiago Volpi. No total, Daniel Alves acertou 44 passes (78% dos que tentou), teve três finalizações e ganhou cinco duelos individuais. Muito além dos números, o reforço deixou ótima primeira impressão no são-paulino, que deixou o Morumbi satisfeito apesar da vitória magra.
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