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Dobradinha entre Fagner e Pedrinho evolui e assusta rivais do Corinthians

Meia tem cinco gols e cinco assistências pelo Corinthians na temporada, enquanto lateral deu três passes para gol - Luis Moura/WPP/Estadão Conteúdo
Meia tem cinco gols e cinco assistências pelo Corinthians na temporada, enquanto lateral deu três passes para gol Imagem: Luis Moura/WPP/Estadão Conteúdo

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

19/08/2019 04h00

Há nove jogos sem perder na temporada, o Corinthians tem uma série de trunfos que explicam a boa fase: a evolução ofensiva após a entrada de Gabriel no lugar de Ralf, as funções táticas de Clayson, a entrada de Gil no time, o acirramento da concorrência entre Boselli e Vagner Love, a força do elenco... Um dos elementos que faz parte deste conjunto é o entendimento cada vez maior de Fagner e Pedrinho, que ocupam o lado direito, criam boa parte das situações de gol da equipe e preocupam os adversários em Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana.

O próprio técnico Fábio Carille reconheceu após a vitória por 2 a 0 sobre o Botafogo, no último sábado, que o lado direito é um dos pontos fortes do Corinthians neste momento de arrancada: "O Pedrinho dá muita combinação com o Fagner de jogo. Isso já desde 2017, quando ele subiu [para o profissional], nos poucos jogos que jogou antes de ser afastado para recuperar vitaminas, aquilo que todo mundo sabe. Ele é inteligente para jogar junto com o Fagner, dá jogo. A gente consegue criar, vê as equipes adversárias preocupadas com nosso lado. Estou contente com ele ali", elogiou o treinador.

Inclusive, a boa fase de Pedrinho como ponta-direita no esquema tático 4-1-4-1 é que faz com que o jogador não receba chances para jogar centralizado, como ele gostaria. Mas o próprio Carille rejeita: "Acho que para jogar com Pedrinho de meia preciso ter dois jogadores de lado agudos. Eu não tenho", explicou.

Júnior Urso - Alan Morici/AGIF - Alan Morici/AGIF
Júnior Urso ataca espaços abertos por Fagner e Pedrinho e também tem sido peça importante
Imagem: Alan Morici/AGIF

A ideia do uso de Fagner e Pedrinho do mesmo lado é ter combinações e trocas de passe, sempre com a chegada de Júnior Urso para fechar linha de marcação quando Fagner avançar, fechar espaços quando Pedrinho se descolar para decidir jogadas, atacar os espaços que a dupla abre ou então simplesmente triangular. A dobradinha pelo lado direito também facilita o jogo do centroavante (Boselli ou Love), já que há mais circulação de bola em direção à área.

Esse entendimento dos dois jogadores pela direita causa movimentos que levam o time ao ataque. Foi assim, por exemplo, a construção das jogadas dos dois gols contra o Botafogo - o primeiro com assistência de Pedrinho para Boselli, e o outro em contra-ataque puxado por Pedrinho, que chutou para Gatito defender e Everaldo aproveitar o rebote. Um sabe onde o outro está. Por isso, os números de ambos são tão bons na temporada: Pedrinho tem cinco gols marcados e cinco assistências, enquanto Fagner serviu os companheiros três vezes, mas ainda não fez gols.

Apesar da boa fase dos jogadores que atuam do lado direito, o Corinthians não é um time "capenga". Também há criação pela esquerda, tanto é que Danilo Avelar tem seis gols e duas assistências no ano, enquanto Clayson soma cinco gols e quatro passes decisivos. A única diferença é que os dois da direita estão em melhor fase, sem serem ameaçados pelos reservas Michel e Ramiro, e Carille tem buscado aproveitar a sintonia enquanto discute novas opções pelo lado esquerdo, como Carlos Augusto e Everaldo.

Curiosamente, Fagner e Pedrinho foram convocados para seleções brasileiras na última sexta-feira. O lateral-direito disputará amistosos contra Colômbia e Peru no início de setembro, enquanto o meia estará a serviço da equipe olímpica contra Colômbia e Chile, também no próximo mês. Sorte do Ceará, adversário que enfrentará o Corinthians sem a dupla na 18ª rodada do Brasileirão.

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