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Brasileirão - 2019

Vasco x São Paulo é paralisado por árbitro após gritos de "time de veado"

Raul e Daniel Alves em ação na partida entre Vasco e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro - Thiago Ribeiro/AGIF
Raul e Daniel Alves em ação na partida entre Vasco e São Paulo pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

25/08/2019 17h39

O jogo entre Vasco e São Paulo, disputado na tarde de hoje em São Januário, pelo Campeonato Brasileiro, foi interrompido por alguns momentos durante o segundo tempo por conta de gritos de "time de veado" proferidos pela torcida da casa. O árbitro Anderson Daronco paralisou a partida aos 19 minutos e conversou rapidamente com os jogadores antes de autorizar o reinício.

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) enviou comunicados aos clubes informando que cânticos homofóbicos são passíveis de punição e podem causar até perda de pontos no tribunal.

Durante a breve paralisação, Daronco também conversou com o quarto árbitro. Ele deve relatar o ocorrido na súmula. Essa é a primeira vez que um jogo é interrompido por causa de gritos homofóbicos de torcedores.

O técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo, virou para as arquibancadas e pediu para a torcida parar com os gritos. Pouco depois, o locutor de São Januário alertou: "Atenção, torcida vascaína. Não vamos gritar cantos homofóbicos para não prejudicar o Vasco". Torcedores, então, passaram a gritar: "Ei, São Paulo, vai tomar no c...".

Após o duelo, o treinador explicou sua atitude. "Foi pelos gritos homofóbicos, porque pode prejudicar. Mas como ia falar para todo mundo? Meio que entenderam. Passa na rádio e chega lá", disse Luxemburgo em coletiva.

Segundo o comunicado recente do STJD, manifestações homofóbicas poderão ser enquadradas no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: "Praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência".

A punição prevista para o caso de gritos homofóbicos de torcedores é de perda de três pontos, sendo que reincidência tem pena dobrada. O protocolo da Fifa, que foi seguido por Daronco, é parar o jogo para esperar que a torcida encerre os gritos; caso contrário, a partida é suspensa por alguns minutos, com os times podendo inclusive ir ao vestiário. Em último caso, o jogo é suspenso definitivamente.