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Oswaldo se divide entre sonho da Sul-Americana e pior turno no Brasileiro

Oswaldo de Oliveira não terá vida fácil para tornar "desafio" no Fluminense um "prazer" - Maílson Santana/Fluminense FC
Oswaldo de Oliveira não terá vida fácil para tornar "desafio" no Fluminense um "prazer" Imagem: Maílson Santana/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/08/2019 04h00

Oswaldo de Oliveira foi enfim apresentado como novo técnico do Fluminense. O anúncio, entretanto, aconteceu na semana passada, e o treinador já esteve com o elenco no empate sem gols contra o Corinthians, em São Paulo, pelas quartas de final da Copa Sul-Americana. Um bom início, considerando que o Tricolor não passava um jogo sem ser vazado desde junho. E em um mata-mata, a possibilidade de decidir em casa joga a seu favor.

Mas o que mais pode fazer Oswaldo para tornar o desafio - palavra que evitou dizer - em um "prazer", como definiu em sua primeira entrevista coletiva?

A primeira chance de tornar seu trabalho à frente da equipe em uma experiência prazerosa será nesta quinta-feira (29). Uma estreia com vitória coloca o Flu de Oswaldo nas semifinais da Sul-Americana, competição que ninguém nas Laranjeiras esconde ser a prioridade e grande sonho para o ano de 2019.

Mas a preocupação com o Campeonato Brasileiro é evidente. No 18º lugar com apenas 12 pontos, o Tricolor está a seis pontos do 15º colocado Fortaleza, mesmo que esteja com um jogo a menos na tabela de classificação, já que o duelo contra o Palmeiras, pela 16ª rodada, foi adiado para 10 de setembro. E os números que Oswaldo precisa para tornar o desafio realmente "um prazer" exigirão muito esforço e trabalho.

O primeiro turno do atual Brasileirão pode ser o pior da história do Fluminense em pontos corridos. Em 2009, ano em que precisou de arrancada histórica para se livrar do rebaixamento, o clube das Laranjeiras anotou 15 pontos nas primeiras 19 rodadas: três vitórias, seis empates e 10 derrotas. Nos últimos anos - ainda que tenha brigado contra o rebaixamento em 2017 e 2018 - o Fluminense fez ao menos 21 pontos até a 16ª rodada. Agora, precisa vencer três dos quatro jogos restantes para alcançar a pontuação ainda no primeiro turno.

Para evitar a marca nada auspiciosa, o Tricolor precisará de mais quatro pontos nos quatro jogos restantes (Avaí, Fortaleza, Palmeiras e Corinthians serão os adversários nas partidas). Caso anote cinco (vencendo uma das partidas), a equipe de Oswaldo passaria ainda a campanha de 2008 - ano em que a equipe priorizou a disputa da Libertadores, avançando até a decisão, onde acabou com o vice-campeonato - quando marcou 16 pontos.

Segundo um grupo do departamento de Matemática da UFMG, que costuma fazer cálculos sobre as probabilidades de cada equipe no Campeonato Brasileiro, o Fluminense, em agosto, já possui 60% de chances de rebaixamento. Ainda que engate uma série de ótimos resultados, o Tricolor tem apenas 1% de chance de se classificar para a Libertadores pelo Brasileirão, algo que praticamente já restringe o clube à disputa para não ser rebaixado.

Para alcançar o "número mágico" de 45 pontos, o Fluminense precisa anotar mais 33 nos 23 jogos restantes. Com 69 pontos em disputa, o aproveitamento mínimo para chegar até a marca é de 47,8%.

Para efeito de comparação, caso a campanha durante turno e returno tivesse essa média de pontos, o Tricolor brigaria por uma vaga na Libertadores, de acordo com a tabela final da competição desde 2006, quando passou a ter 20 times com a mesma fórmula de disputa. A pior colocação de uma equipe com 54 pontos e 47,8% de aproveitamento foi o 10º lugar (Vasco em 2007, Corinthians em 2009 e Santos em 2011), e a melhor o 6º lugar do Internacional em 2008. Em 2017, a Chapecoense, em campanha épica, ficou na 8ª posição, mas se classificou para a pré-Libertadores.

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