Herói contra o Corinthians em 1984, Tato quer Flu campeão da Sul-Americana

Se depender do reforço nas arquibancadas, o Fluminense vai com tudo para cima do Corinthians na Copa Sul-Americana. Além dos prováveis 50 mil torcedores no Maracanã, o Tricolor terá a força e a garra de Tato, ponta-esquerda campeão brasileiro de 1984, vibrando pelo sucesso do clube das Laranjeiras.

Naquele ano, Fluminense e Corinthians se enfrentaram nas semifinais do Campeonato Brasileiro, com vitória do Tricolor. Na ida, em um Morumbi com mais de 90 mil torcedores, a maioria esperava mais uma vitória do time paulista, que havia goleado o Flamengo por 4 a 1 nas quartas de final. Mas o que se viu foi bem diferente. Com gols do eterno ídolo Assis e de Tato, o Flu levou ótima vantagem para o Rio de Janeiro.

"Foi um dos jogos mais marcantes daquele título. O Corinthians tinha 'sapecado' o Flamengo antes, fomos para lá pressionados, mas fizemos uma partida praticamente perfeita. O (Carlos Alberto) Parreira montou a equipe de uma maneira muito sólida. A gente não deu chance para eles. Fiz o gol mais importante da minha passagem pelo Fluminense, talvez da minha carreira. Nos deu tranquilidade para ir a final e enfrentar o Vasco, quando fomos campeões", declarou ao UOL Esporte.

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Um dos destaques da equipe que conquistou o segundo título nacional da história do clube naquele ano, o curitibano de 58 anos relembra com carinho dos momentos vestindo a camisa tricolor. O atacante conhecido pela força e técnica não titubeou ao ser perguntado sobre a partida de hoje (29), às 21h30: quer a vitória do "seu" Flu.

"Tenho um carinho muito grande pelo Fluminense. Aprendi a amar o clube. Virei um torcedor. Sempre que está jogando acompanho, torço e vibro com as vitórias. É marcante na minha vida, passei os seis anos mais felizes da minha carreira jogando naquele time, que também foi o melhor que já atuei. Minha torcida é que o Flu saia dessa situação difícil no Brasileiro e seja campeão da Copa Sul-Americana", declarou.

O que Tato também se recorda é da presença maciça de tricolores em São Paulo. Se hoje as restrições de regulamento e segurança liberam uma pequena porcentagem da carga de ingressos para os visitantes, naquela época, não havia nenhum impedimento para "invasões", que curiosamente marcam o clássico. A mais famosa delas é a de 1976, quando os corintianos vieram em peso ao Rio de Janeiro. Mas em 1984 não foi muito diferente: cerca de 20 mil tricolores estiveram naquele jogo no Morumbi.

"Tinham muitos tricolores por lá, uma coisa de louco. Acho que foi quando vi mais gente da torcida de um time que joguei como visitante. A parte reservada aos tricolores estava completamente lotada, abriram outro pedaço e eles cantaram o jogo todo, como fizeram na Arena na última quinta-feira. A torcida do Fluminense é sensacional. Sempre foi assim", destacou.

O ex-atacante tricolor também evitou falar em descenso - "isso não vai acontecer" - e elogiou a escolha de Oswaldo de Oliveira para o comando da equipe. Para ele, o experiente treinador irá ajudar o Flu.

"O (Fernando) Diniz tem suas qualidades, um estilo diferente. O Oswaldo é um cara mais experiente, mais "raiz" como costumam dizer agora. É um treinador que conhece o clube, a história, tem lastro. Acho que ele pode dar um jeito no time do Fluminense. Minha torcida, sem dúvidas, é por isso", opinou.

Tato acredita que, assim como em 1984, o jogo contra o Corinthians será o "teste de fogo" para o Fluminense. Nas fases anteriores daquele ano, o clube havia batido clubes de pequeno e médio porte até as semifinais, como Coritiba, Santo André, Portuguesa e Operário. Caso vença no Maracanã, o ídolo crê que o Tricolor caminhará para o título da competição.

"Tem uma possibilidade muito boa. O clube dá uma importância grande à competição. Essa concentração, dedicação, esse empenho bem maior, torna o time um dos favoritos sem dúvida alguma, como sempre. O Fluminense é um time que sempre vai entrar para ser campeão, qualquer que seja o campeonato que esteja disputando. Está na história da instituição, não é uma fase ruim que apaga", destacou.