Após eliminação, Fluminense tenta esquecer Diniz para caminhar com Oswaldo
O Fluminense sofreu um duro golpe ao empatar por 1 a 1 com o Corinthians e dar adeus à Copa Sul-Americana. A competição internacional era tratada como prioridade em Laranjeiras, e a eliminação traz o clube de volta à realidade difícil no Campeonato Brasileiro. Para tentar se recuperar no nacional, o clube precisa esquecer Fernando Diniz e se adaptar à filosofia de Oswaldo de Oliveira o mais rapidamente possível.
Pouco mais de uma semana depois de ser demitido, Diniz e seu modelo de jogo seguem sendo assunto. Após o jogo, o volante Allan foi bem claro ao responder sobre as diferenças entre o antigo comandante e Oswaldo, que fez sua estreia ontem (29). "A gente tem que esquecer o Diniz. Gosto muito dele como treinador e como pessoa, mas é passado, não adianta ficar todo jogo comparando Diniz e Oswaldo. A gente precisa entender o Oswaldo, a metodologia dele, o trabalho, e dar continuidade para sairmos dessa situação incômoda", declarou.
Se para os jogadores a questão precisa ser página virada, a torcida ainda tem lembranças de Diniz. A cada bola recuada para o goleiro ou erro na saída de bola, a tensão ganha voz nas arquibancadas, que chiavam em contrariedade. O modelo de jogo com toques e manutenção da posse de bola também não são apoiados: a cada lançamento, arrancada ou cruzamento, principalmente com o placar ainda inalterado, os tricolores vibravam como se estivessem vendo algo mais agradável.
A cisão de um modelo propositivo para um jogo mais tradicional sob o comando de Oswaldo de Oliveira fez o Flu atuar de forma confusa no Maracanã. Após sofrer o gol de Pedrinho logo no início da segunda etapa, o Tricolor se mostrou ainda preso às ideias de quem saiu, sem assimilar a metodologia de quem chegou.
"Sempre procurei fazer um denominador comum entre o trabalho anterior e as minhas ideias. Eu entendia que poderíamos decidir na bola parada, como tivemos oportunidade. Mas também se poderia dar sequência ao que se estava fazendo. Fluminense teve momentos brilhantes neste ano. Eu não poderia podar, dizendo ser o dono da verdade e que o que era feito inútil. Gradativamente, vou impor a maneira que eu penso", disse Oswaldo.
Tentando extrair o que de melhor houve no trabalho de Diniz, Oswaldo manteve a escalação e o meio de campo sem volantes. Quando teve a bola e o placar não o pressionava, a equipe manteve o volume, mas finalizou pouco. Sem um centroavante definido - Nenê e Yony se alternavam como falso 9 - e com pouco apoio pela ponta-esquerda, o Tricolor perdeu poder de fogo.
"Eu não faço previsão. Eu trabalho para melhorar. Vamos prosseguir nessa linha e nesse caminho. Eu vejo a capacidade do Fluminense como alta, e vamos tentar prosseguir no equilíbrio. Vamos manter isso na defesa e melhorar na frente", disse Oswaldo.
Outra "herança" de Diniz pareceu negativa na primeira impressão do Flu de Oswaldo. Improvisado na lateral, Caio Henrique sofreu na marcação de Pedrinho e não foi efetivo no ataque, onde busca menos as jogadas agudas e mais a progressão pelo meio campo. Assim, o Tricolor pareceu "torto", atacando quase sempre pela direita.
A equipe que já não possui meias que infiltram na área passou a apostar nos cruzamentos. Os chutes de fora da área eram a alternativa, mas o Tricolor não foi efetivo nos lances. Quando conseguiu o empate com Pablo Dyego, já era tarde demais.
Sem inspiração e ainda no meio do caminho, o Fluminense viu ruir a única chance de título para 2019, que se desenha mais um ano de luta contra o rebaixamento no Brasileirão. O próximo desafio é contra o Avaí, na segunda-feira, às 20h, no Maracanã. Com 12 pontos, o Tricolor é o 18º colocado da competição.
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