Como Marcos Mion ajudará a tornar Arena Corinthians inclusiva para autistas
Resumo da notícia
- Corinthians procurou Marcos Mion para ser consultor em um projeto na Arena
- O apresentador é pai de Romeo, 13, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- Ideia principal é que um camarote do Setor Oeste vire uma sala sensorial
- Barulho e agitação de um estádio causam forte incômodo em torcedores autistas
- Ainda não há data prevista para inauguração do projeto
Superintendente do departamento de marketing do Corinthians, Caio Campos teve uma reunião nesta semana com o apresentador Marcos Mion, da Record TV. A pauta do encontro foi a Arena Corinthians e o projeto de transformá-la no primeiro estádio do Brasil inclusivo para torcedores diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio popularmente conhecido como autismo.
Segundo apurou o UOL Esporte, foi uma iniciativa do clube, e o comandante do reality show "A Fazenda" foi procurado como consultor do projeto por ser um dos maiores porta-vozes brasileiros do transtorno na atualidade. Romeo, de 13 anos, filho de Mion, possui esta condição. De acordo com pesquisas recentes, uma a cada cem crianças pode ser diagnosticada com algum grau do espectro, assim chamado por envolver diferentes manifestações, das mais leves às mais graves.
Algumas das manifestações mais comuns, de acordo com o portal do médico Drauzio Varella, são "dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo". Estas características limitam a experiência de quem possui a condição em um estádio de futebol por causa do barulho, agitação e falta de padrão nos acontecimentos.
Desta conclusão partiu o chamado por Mion e o desenvolvimento de ideias para criar uma nova estrutura no Setor Oeste da Arena Corinthians. O projeto inicial é de uma sala sensorial, um cômodo com paredes e janelas que isolem o som e deem segurança e tranquilidade aos torcedores com TEA e suas famílias.
Outra solução é que os autistas presentes no estádio recebam fones de ouvido com isolamento sonoro. Enfim, é preciso de alguma barreira, porque o grito de gol em um estádio pode assustar muitas pessoas que têm o transtorno.
Foram visitados camarotes e salas de reunião para encontrar um local adequado. Além disso, houve a recomendação de que todos os espaços e profissionais sejam preparados para receber os torcedores. Não adianta nada a existência uma sala 100% preparada para a recepção se um profissional do estacionamento, da área de acesso ao estádio ou de limpeza não tiver bom trato com a pessoa e pelo menos mais dois acompanhantes. É importante discutir o acesso.
Marcos Mion também sugeriu a contratação de terapeutas ocupacionais especializados em autismo para o desenvolvimento do espaço na Arena.
"Autistas corintianos que já frequentam estádio agora terão direito às suas prioridades, e tantos outros que não trazem os filhos por tantos motivos que a gente da comunidade sabe quais são, seja pelo barulho, por causa da dificuldade de chegar e tudo mais, isso tudo vai ser resolvido e a partir de agora a gente vai trabalhar para que os corintianos consigam vir aqui desfrutar do jogo com seus filhos autistas e os corintianos autistas serem representados", disse Marcos Mion, que reuniu-se com Caio Campos e Alex Watanabe, do marketing do Corinthians, ao lado de Cintia Araium e Thalles Trouva, de seu estafe, além de uma amiga que fez a ponte com o clube.
O Corinthians agora tenta viabilizar comercialmente o espaço, com busca de pessoal especializado e equipamentos para a sala sensorial. Novos detalhes do projeto serão mantidos em sigilo e não existe previsão de que ele saia do papel. Fato é que os primeiros passos rumo à inclusão já foram dados.
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