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Como Marcos Mion ajudará a tornar Arena Corinthians inclusiva para autistas

Apresentador da Record TV fez visita ao estádio do clube paulista durante a semana e projeto saiu do papel - Reprodução/IGTV
Apresentador da Record TV fez visita ao estádio do clube paulista durante a semana e projeto saiu do papel Imagem: Reprodução/IGTV

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

31/08/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Corinthians procurou Marcos Mion para ser consultor em um projeto na Arena
  • O apresentador é pai de Romeo, 13, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA)
  • Ideia principal é que um camarote do Setor Oeste vire uma sala sensorial
  • Barulho e agitação de um estádio causam forte incômodo em torcedores autistas
  • Ainda não há data prevista para inauguração do projeto

Superintendente do departamento de marketing do Corinthians, Caio Campos teve uma reunião nesta semana com o apresentador Marcos Mion, da Record TV. A pauta do encontro foi a Arena Corinthians e o projeto de transformá-la no primeiro estádio do Brasil inclusivo para torcedores diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), distúrbio popularmente conhecido como autismo.

Segundo apurou o UOL Esporte, foi uma iniciativa do clube, e o comandante do reality show "A Fazenda" foi procurado como consultor do projeto por ser um dos maiores porta-vozes brasileiros do transtorno na atualidade. Romeo, de 13 anos, filho de Mion, possui esta condição. De acordo com pesquisas recentes, uma a cada cem crianças pode ser diagnosticada com algum grau do espectro, assim chamado por envolver diferentes manifestações, das mais leves às mais graves.

Mion, Romeo e Suzana - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Romeo, ao centro, é o filho de Marcos Mion e Suzana Gullo. Ele está com 13 anos
Imagem: Reprodução/Instagram

Algumas das manifestações mais comuns, de acordo com o portal do médico Drauzio Varella, são "dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo". Estas características limitam a experiência de quem possui a condição em um estádio de futebol por causa do barulho, agitação e falta de padrão nos acontecimentos.

Desta conclusão partiu o chamado por Mion e o desenvolvimento de ideias para criar uma nova estrutura no Setor Oeste da Arena Corinthians. O projeto inicial é de uma sala sensorial, um cômodo com paredes e janelas que isolem o som e deem segurança e tranquilidade aos torcedores com TEA e suas famílias.

Outra solução é que os autistas presentes no estádio recebam fones de ouvido com isolamento sonoro. Enfim, é preciso de alguma barreira, porque o grito de gol em um estádio pode assustar muitas pessoas que têm o transtorno.

Foram visitados camarotes e salas de reunião para encontrar um local adequado. Além disso, houve a recomendação de que todos os espaços e profissionais sejam preparados para receber os torcedores. Não adianta nada a existência uma sala 100% preparada para a recepção se um profissional do estacionamento, da área de acesso ao estádio ou de limpeza não tiver bom trato com a pessoa e pelo menos mais dois acompanhantes. É importante discutir o acesso.

Marcos Mion também sugeriu a contratação de terapeutas ocupacionais especializados em autismo para o desenvolvimento do espaço na Arena.

Mion - Reprodução/IGTV - Reprodução/IGTV
Apresentador da Record TV ao lado de Caio Campos em reunião na Arena Corinthians
Imagem: Reprodução/IGTV

"Autistas corintianos que já frequentam estádio agora terão direito às suas prioridades, e tantos outros que não trazem os filhos por tantos motivos que a gente da comunidade sabe quais são, seja pelo barulho, por causa da dificuldade de chegar e tudo mais, isso tudo vai ser resolvido e a partir de agora a gente vai trabalhar para que os corintianos consigam vir aqui desfrutar do jogo com seus filhos autistas e os corintianos autistas serem representados", disse Marcos Mion, que reuniu-se com Caio Campos e Alex Watanabe, do marketing do Corinthians, ao lado de Cintia Araium e Thalles Trouva, de seu estafe, além de uma amiga que fez a ponte com o clube.

O Corinthians agora tenta viabilizar comercialmente o espaço, com busca de pessoal especializado e equipamentos para a sala sensorial. Novos detalhes do projeto serão mantidos em sigilo e não existe previsão de que ele saia do papel. Fato é que os primeiros passos rumo à inclusão já foram dados.

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