Felipão era rei em Portugal quando Jesus tentava se firmar entre os grandes
O caminho que Jorge Jesus fez ao trocar pelo Portugal pelo Brasil já foi feito por Luiz Felipe Scolari, que fez o trajeto inverso ao optar pelo cargo de treinador da seleção portuguesa, posto que ocupou de 2003 até 2008.
Badalado por seu trabalho no Flamengo, o "Mister" se prepara para enfrentar pela primeira vez na carreira o comandante do Palmeiras, amanhã, às 16h, no Maracanã. Hoje consolidado na profissão, Jesus ainda lutava por seu espaço entre os grandes do país em equipes pequenas enquanto Felipão reinava no comando da equipe nacional.
O período do atual técnico alviverde na Europa coincide com os trabalhos do português por Estrela Amadora, Vitória de Guimarães, Moreirense, Leiria, Belenenses e Braga. Neste período, Jesus conquistou apenas a Copa Intertoto (competição europeia já extinta) pelo Braga, campanha que o levaria para o gigante Benfica, clube pelo qual levantou seu maior número de taças (dez, ao todo). Sua contratação pela equipe lisboeta ocorreu em 2009, quando Scolari já tinha trocado o Chelsea pelo Bunyodkor, do Uzbequistão.
"Felipão deixou marca em Portugal, é meu amigo, estivemos muitas vezes juntos lá. Todo mundo gosta dele em Portugal. Terei muito prazer em encontrá-lo", disse o treinador do Fla, que almoçou diversas vezes com o "rival" e mantém boa relação com o colega desde esses tempos.
E tal admiração pelo brasileiro se justifica. Em 2004, Scolari comandou Figo e companhia na Euro-2004, torneio disputado em terras lusas. Apesar do frustrante vice-campeonato, com derrota para a Grécia na final, Luiz Felipe conquistou o coração locais ao criar um ambiente de apoio irrestrito da população ao time. Dois anos depois, treinou o time na campanha que culminou com a 4ª colocação na Copa do Mundo da Alemanha
O primeiro duelo dos dois à beira do campo chega em momento de felicidade para o rubro-negro e tensão para o palmeirense. Após a classificação para a semifinal da Libertadores, Jesus sobe o tom pela importância da conquista do Brasileiro entre os jogadores. Já o pentacampeão mundial, por sua vez, vê a carga de críticas se intensificar depois da queda na competição continental.
"Nunca pensei em vir ao Brasil e jogar contra ele. Mas a vida é muito complexa, feita de surpresas, e essa é uma surpresa positiva. Tenho muito respeito por ele por tudo que fez no futebol brasileiro e português", acrescentou o técnico do Fla.
Líder da competição, o Rubro-negro joga para dificultar a vida de um rival direto na briga pelo título. Com 33 pontos ganhos, o Fla pode abrir seis de vantagem para o Alviverde, que tem um jogo a menos. Na tarde de amanhã, um dos maiores clássicos brasileiros terá uma pitada de tempero português.
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