O Palmeiras oficializou, na manhã de hoje (3), a contratação do técnico Mano Menezes, ex-Cruzeiro. Ele chega para substituir Luiz Felipe Scolari, demitido ontem (2) após a eliminação para o Grêmio na Libertadores e a derrota por 3 a 0 para o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro.
O clube alviverde acerta ao trocar Felipão por Mano? Fizemos essa pergunta aos blogueiros do UOL Esporte. Veja o que eles pensam:
ANDREI KAMPFF
Não trocaria. Menos pelo Mano, é mais por defesa de planejamento e convicções. O erro do Palmeiras vai além da saída de Felipão. Com Mano, serão 8 técnicos na gestão Mattos. Na década serão 23. Enquanto o futebol não for pensado a partir de ideias, de concepção de jogo, de responsabilidade administrativa, a saída de técnico é sempre a solução óbvia do bode expiatório. Mano será refém também do imediatismo do futebol.
Leia o blog Lei em Campo.
ANDRÉ ROCHA
Não. A menos que o ex-treinador do Cruzeiro tenha promovido uma improvável guinada na sua maneira de pensar futebol, o elenco palmeirense continuará sendo subaproveitado.
Leia o blog do André Rocha.
BOLÍVIA
A maioria da torcida não queria o Mano por dois motivos: ser retranqueiro como Felipão e ser identificado com o Corinthians. A pressão no Palmeiras é sempre gigante, a torcida é a mais corneteira do Brasil, e sobre o Mano a cobrança será dobrada. Mas é aquela coisa: se o time voltar a vencer, logo o bico vira sorriso.
É só perguntar pra torcida do Cruzeiro se ela é grata pelas duas Copas do Brasil. Ela vai responder: "Mano é o meu retranqueiro favorito".
Leia o blog do Bolívia.
JUCA KFOURI
O Palmeiras se deu mal com Felipão nos mata-matas.
Mano foi bicampeão da Copa do Brasil com o Cruzeiro.
Felipão levou o time ao título brasileiro nos pontos corridos.
Mano deixou o Cruzeiro sob risco de rebaixamento.
Felipão já ganhou Libertadores, Mano não.
Enfim, há pelo menos um aspecto em que parece haver coerência: a opção por treinadores que privilegiam a defesa.
Os nostálgicos das Academias alviverdes, como eu, gostariam de técnicos mais ousados.
Leia o blog do Juca.
MARCEL RIZZO
Não. É preciso mudar algo, mas eu trocaria a diretoria de futebol. Desde 2015 houve sucesso, com títulos, mas Mattos e Cícero estão desgastados, inclusive internamente, e a montagem do elenco em 2019 foi falha. Com o novo diretor, analisaria projeto para sequência no Brasileiro e 2020 e esse novo profissional analisaria perfil de novo treinador ou manutenção de Felipão. Mano é uma contratação óbvia, por ser o melhor nome disponível no mercado brasileiro, mas boa. Um técnico que sabe armar times competitivos e consegue desempenho, com seu estilo.
Leia o blog do Marcel Rizzo.
MAURO BETING
Errou ao mandar embora ontem. Eu repensaria em dezembro. Pensaria em Coudet. Numa guinada de perfil. Mas se for para manter o que tinha, Mano era o melhor e mais disponível nome.
Leia o blog do Mauro Beting.
MAURO CEZAR
Para contratar Mano (mais do mesmo) Menezes, não.
Leia o blog do Mauro Cezar.
MENON
O Palmeiras acertou em usar rapidez e contratar Mano Menezes, o melhor nome no mercado. É um treinador vitorioso e que tem condições de fazer o time reagir. O primeiro passo será recuperar a solidez defensiva, perdida, como um passe de feitiçaria em algum momento após a parada da Copa América. Ele faz isso muito bem. Felipão, não mais. Melhor apostar em Mano do que em alternativas como Diniz, Dorival, Jair Ventura e que tais. E por que é o pior nome? Porque há algum tempo, Mano se viu vítima do pragmatismo exagerado que abraçou. Muita defesa e nenhuma ousadia. Um ônibus para defender uma vantagem mínima. Deu certo na Copa do Brasil. Mas o Palmeiras está fora e precisa mostrar bom futebol para reagir no Brasileiro.
Leia o blog do Menon.
MILTON NEVES
O Palmeiras acerta, mais do que contratar o Mano Menezes, em dispensar o Felipão. O Felipão exauriu, realmente. Está mal taticamente. Desacorçoado das táticas, etc. e tal. Ele perdeu seu poder de indignação. Ele não reclama mais com o bandeirinha, com o árbitro, nem domingo, dois gols QUASE legais, ele não reclamou. Não é mais o Felipão de sempre. O Palmeiras terá agora um treinador... não obcecado por títulos. Porque o Felipão, como qualquer um, eu também, ficaria traumatizado com o 7 a 1, eterno 7 a 1. Então ele quer ganhar o Campeonato Paulista 200 vezes, Campeonato Brasileiro 600 vezes, Libertadores da América 1000 vezes, ser campeão do mundo 400 vezes e ganhar também a Copa do Brasil 100 vezes. É que ele botou na cabeça, acredito, psicologicamente, que se ele ganhar tanto título assim antes de encerrar a sua brilhante carreira, vai conseguir apagar o 7 a 1. Ledo engano. Esse 7 a 1, daqui a 100 milhões de anos, será lembrado. Esse placar nunca será esquecido. Então, Felipão, logo, logo você vai dirigir outro time, mas esqueça o 7 a 1. Assuma um time de forma normal, como o Mano, Carille, Rogério Ceni, Jorge Jesus. Muitas vezes ganha, muitas vezes, muitas vezes empata. Eles não têm esse trauma do 7 a 1. Infelizmente, você tem. Afinal, por que entrar no lugar do Mano Menezes em cima da hora, praticamente, hein? Ficasse para a história com 2002. Foi arriscar, ficou no lugar do Mano - José Maria Marin muito fraco -, e agora o que aconteceu? Sua história, Felipão, 99% está ligado ao 7 a 1. 1% a 2002.
Leia o blog do Milton Neves.
PERRONE
Pra mim o Palmeiras errou. Felipão foi campeão brasileiro no ano passado e levou o time a liderar o Brasileirão de 2019 com folga antes da Copa América. Vinha errando em escalações e substituições, mas claramente o treinador não era o único problema do time. Além disso, seu substituto, Mano Menezes, tem filosofia de jogo semelhante, baseada na solidez defensiva e com pouco repertório ofensivo. É nítido que a coletividade alviverde deseja ver o Palmeiras mais agudo no ataque, ao estilo de Jorge Jesus e Jorge Sampaoli. Para trocar seis por seis e meio era melhor a direção ter atacado os pontos que minavam o trabalho de Scolari, incluindo as falhas do próprio treinador. Feito isso, depois do final da temporada buscaria um técnico de estilo diferente.
Leia o blog do Perrone.
PVC
Eu não trocaria o Felipão. Iria até o fim do ano e, então, trocaria o estilo. Ariel Holan em janeiro. Mas, para trocar no meio do ano, não dá para pedir coisa diferente. Coerência é manter o estilo. Mano não é igual a Felipão. Joga no chão e gosta de equilíbrio. Pode dar certo.
Leia o blog do PVC.
RENATA MENDONÇA
Ao menos nas ideias de jogo, há coerência, porque a troca do nome do técnico não vai alterar, nesse caso, a filosofia de trabalho que o Palmeiras tem em campo. Times de Felipão são pragmáticos, seguros defensivamente, com ideias de eficiência ofensiva. Assim como os de Mano. Mas não entendo que esse era o desejo do torcedor palmeirense que pedia a saída de Felipão. A maior crítica da torcida ao clube neste momento é justamente por um time tão caro apresentar um futebol tão pobre. Não é só a falta de resultado, mas é a falta de desempenho. A questão aqui é que o desempenho com Mano pode até melhorar, mas continuará sendo um elenco subaproveitado, cheio de meias criativos e atacantes caros que jogam num esquema defensivo e pouco vistoso.
Leia o blog Dibradoras.
RODRIGO MATTOS
A saída de Felipão foi consequência de um estilo de jogo que foi definhando pouco a pouco. Começou pragmático, pouco vistoso e com um título (2018), não evoluiu em nada no ano seguinte e perdeu inclusive as qualidades defensivas que eram sua força. É uma história bem parecida com o que aconteceu com Mano Menezes no Cruzeiro no mesmo período. Por isso, a troca é uma tentativa do Palmeiras não de reformar seu time, mas de consertar o modelo implantando ainda que com algumas variações. Me parece pouco ambicioso para o investimento do time, e desconectado com a tendência atual do futebol brasileiro.
Leia o blog do Rodrigo Mattos.
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