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Furacão não passou por Miami, mas obrigou seleção a improvisar nos EUA

Tite orienta a seleção antes do treino feito em campo sintético e coberto do Miami Dolphins - Lucas Figueiredo/CBF
Tite orienta a seleção antes do treino feito em campo sintético e coberto do Miami Dolphins Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Bruno Grossi

Do UOL, em Miami (EUA)

04/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • O furacão Dorian tem categoria 4, sendo que o nível máximo é de 5
  • Havia o temor de que a cidade de Miami, onde está a seleção brasileira, fosse afetada
  • Comércios e até centros de treinamento foram fechados para evitar riscos
  • A CBF precisou buscar soluções de última hora para viabilizar os treinamentos
  • Dorian segue preocupando os EUA, mas não deve afetar mais a costa sul da Flórida

Ao que tudo indica, o furacão Dorian não trará grandes prejuízos à cidade de Miami. O fenômeno que está na categoria 4 teve a rota alterada após as previsões iniciais e já passa da latitude da cidade. Mesmo assim, a seleção brasileira teve de improvisar por causa do furacão.

A força com que o Dorian atingiu ilhas como as Bahamas preocupava tanto o governo da Flórida, estado onde está localizada Miami, que prefeitura colocou a cidade em alerta de emergência. Foram dadas orientações para que a população estocasse água e buscasse abrigo até o fim da semana passada. Por isso, centenas de estabelecimentos fecharam as portas para esperar a passagem do furacão. E foi aí que a seleção foi afetada.

Inicialmente, o Brasil treinaria nas instalações da Barry University. A faculdade, porém, suspendeu atividades por recomendação da prefeitura e a comissão técnica passou a buscar alternativas para os primeiros treinos desta semana. Na segunda-feira, a solução veio do Miami Dolphins, time da cidade que disputa a NFL. Um campo coberto, de grama sintética, foi usado para escapar do mau tempo.

O problema é que ontem o local estava ocupado. Os Dolphins já tinham cedido o espaço para a Colômbia e times de outras modalidades. Como a Barry University seguia fechada, membros da comissão técnica saíram por Miami para encontrar um espaço. Só conseguiram à tarde. A atividade que estava prevista para 16h30 começou quase uma hora depois.

Jorge, lateral-esquerdo do Santos, durante treino da seleção brasileira em uma escola nos EUA - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Jorge, lateral-esquerdo do Santos, durante o treino no colégio Palmer Trinity
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

A salvação encontrada foi o colégio Palmer Trinity, que fica ao sul de Miami, cerca de 40 minutos distante do centro. Instalações simples, mas que conseguiram atender às necessidades de Tite e companhia. O técnico pediu apenas que o excesso de terra fosse rastelado de um dos campos e pôde conduzir o primeiro treino tático desta data Fifa.

No fim das contas, nenhuma grande ventania ou tempestade afetou Miami. Tanto é que, para hoje, a Barry University já deve estar à disposição para a seleção brasileira treinar. É provável que Tite consiga usar pela primeira vez os 23 convocados nos trabalhos com bola e, assim, defina o time titular para encarar a Colômbia, às 21h30 (de Brasília) de sexta-feira no Hard Rock Stadium.

Além de todo esse trabalho de logística apressado, ainda era preciso tranquilizar os jogadores, que ficaram aflitos com as notícias sobre a possível chegada do furacão Doian na semana passada. O lateral-esquerdo Jorge riu de nervoso: "Essa não era uma experiência que ele gostaria de ter". O zagueiro Samir agradeceu à comissão técnica pelos cuidados demonstrados com os atletas.

"Foi uma semana um pouco apreensiva. Mas o estafe nos manteve bem atualizados dos acontecimentos e até agora não aconteceu nada. Eles foram falando tudo o que poderia ser alterado, então temos que parabenizá-los pelo esforço e pelo cuidado com a gente", exaltou o defensor que joga pela Udinese.

E toda essa dinâmica de mudanças repentinas poderia ter sido ainda mais intensa. Caso o furacão seguisse a rota inicial prevista, Miami poderia ficar em estado de alerta até quinta-feira, com comércios fechados, risco de alagamento e outros perigos naturais. Se isso ocorresse, a seleção iria para Washington, capital americana, que fica cerca de 15h de carro para o norte de Miami.

Agora, a situação parece amenizada nessa região da Flórida, embora outras partes dos Estados Unidos sigam em estado de emergência, como no norte do estado e nas Carolinas do Sul e do Norte.