O que mudou para Inter e Cruzeiro desde a primeira semi da Copa do Brasil

Já se passaram 28 dias desde que Cruzeiro e Internacional iniciaram o duelo pela Copa do Brasil. Na primeira semifinal, o Colorado levou a melhor e venceu por 1 a 0, no Mineirão. Às 21h30 (de Brasília) de hoje, os clubes voltam a se enfrentar, agora no Beira-Rio, e em situações distintas. Neste intervalo de quase um mês, pouca coisa mudou no Inter, que tenta consolidar sua passagem à decisão. Por outro lado, o Cruzeiro chega bastante renovado em todos os sentidos para buscar uma reviravolta.

A primeira mudança no Cruzeiro ocorreu imediatamente à derrota no Mineirão. Mano entregou o cargo para, dias depois, o clube anunciar Rogério Ceni. Com o ex-goleiro, veio uma nova filosofia: saiu o jogo reativo e extremamente defensivo para a entrada de um estilo mais ofensivo, que prioriza a posse de bola, a intensidade e descidas em velocidade.

A injeção de ânimo alcançada com o novo treinador também já surtiu efeito em alguns jogadores importantes. Thiago Neves já não era decisivo como se esperava. O meia teve atuação tímida no Mineirão no primeiro jogo da semi, mas recuperou o protagonismo com Ceni e hoje está com a confiança em alta. Situação parecida viveu Fred. Mesmo sem a titularidade garantida, o centroavante já não carrega o jejum de 16 jogos sem gols que o incomodou por quase quatro meses.

Apesar das visíveis melhoras, o futebol do Cruzeiro de Rogério Ceni ainda não enche os olhos nem convence o torcedor que todas as dificuldades sob o comando de Mano foram deixadas para trás. Mas os bons resultados voltaram, o que já foi ótimo para elevar a confiança. Na derrota para o Inter, a equipe alcançou oito jogos seguidos sem vencer e sem marcar nenhum gol. Hoje, com Ceni, já são duas vitórias (Santos e Vasco) e um empate (contra o CSA).

"É difícil? É muito difícil. Ninguém está ganhando do Internacional lá, né? Nem o Flamengo, que jogou tão bem, conseguiu a vitória contra o Inter (pela Libertadores). Mas é possível conseguir e vamos lá para isso", comentou Rogério.

Já o Internacional mudou pouco. Apesar de ter sido eliminado da Libertadores pelo Flamengo, o Colorado não fez qualquer alteração drástica na equipe. Odair Hellmann segue firme no leme e mantém uma ideia consolidada de jogo.

Há apenas uma dúvida. Nico López, que voltou a marcar após 24 jogos de jejum, deve recuperar lugar entre os titulares para saída de Rafael Sobis. O ex-cruzeirense não conseguiu render o esperado nas oportunidades que teve, principalmente contra o Fla, e tende a ser reconduzido ao banco de reservas.

A ideia de jogo segue a mesma. Uma defesa sólida, com Lindoso, Patrick e Edenilson na proteção, enquanto D'Alessandro e Nico ou Sobis jogam abertos, além de Guerrero na frente. Em relação ao primeiro jogo, D'Ale, suspenso, não jogou. Os demais jogadores serão os mesmos.

"A eliminação [na Libertadores] ficou para trás. Vencemos no Brasileiro [contra o Botafogo] e isso trouxe de volta a alegria para todo mundo. Nos deu confiança. Ainda mais pelo gol do Nico. Estamos muito motivados para conseguir essa classificação", disse Patrick.

Depois de bater o Cruzeiro no jogo de ida, o Colorado venceu o Fortaleza utilizando reservas, empatou com o Corinthians, perdeu e empatou com o Flamengo pela Libertadores, foi derrotado pelo Goiás no Brasileiro, novamente com time suplente, e venceu, com titulares, o Botafogo.

Além do campo, o jejum de títulos nacionais que dura 27 anos e a ausência sequer numa final deste porte há quase dez anos motivam o clube gaúcho a buscar a vaga na decisão.