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Luxemburgo critica seleção com "cintura dura" e ataca "futebol moderno"

Vanderlei Luxemburgo, técnico do Vasco, durante o Brasil Futebol Expo, em 5/9/2019 - Gabriel Carneiro/UOL Esporte
Vanderlei Luxemburgo, técnico do Vasco, durante o Brasil Futebol Expo, em 5/9/2019 Imagem: Gabriel Carneiro/UOL Esporte

Danilo Lavieri, Gabriel Carneiro e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo

05/09/2019 17h38

Vanderlei Luxemburgo voltou a criticar o conceito de "futebol moderno" que tem sido cada vez mais usado por torcedores e membros da imprensa. Em participação na Brasil Futebol Expo, o treinador do Vasco ainda usou o conceito de "cintura dura" para explicar a falta de encanto pelo futebol da seleção brasileira.

Segundo ele, há muita preocupação em falar que o futebol mudou e pouca atenção para o que ele chama de marca registrada dos jogadores brasileiros.

"O Europeu não tem empirismo, tem aquela coisa robô, de esquema tático. Quem tem o improviso é o brasileiro. O Garrincha não ia jogar na Europa porque era todo torto", afirmou o técnico. "Os europeus vêm aqui e compram nossos jogadores bem jovens porque eles roubam o nosso espírito", completou.

"O 4-1-4-1 não ganha nada. Quem ganha é o atleta. Me preocupa meninos de 13, 14 anos preocupados com tática. Nessa idade, o menino tem que se descobrir. Em 1970, como eram os volantes? Dois mais técnicos. Como jogava a linha de defesa? Com três, porque o Carlos Alberto saía", afirmou.

O técnico do Vasco ainda criticou o excesso de sul-americanos no futebol. "Por que a gente está abrindo espaço para venezuelano, equatoriano, paraguaio? Nós poderíamos manter o estilo brasileiro aqui", questionou.

Luxemburgo manteve a linha de raciocínio para criticar o futebol apresentado pela seleção. "Estamos jogando muito com jogador de cintura dura. Os jogadores da seleção correm reto. O único que muda de direção é o Neymar", completou.

Como já é marca de suas entrevistas e palestras, Luxemburgo usou bastante palavrão e contou causos de sua passagem pela Europa. "Meninas, desculpa os palavrões. Eles vão sair. É que o futebol precisa ter isso mesmo", brincou para a diversão da plateia.

Sempre que podia, aproveitou a oportunidade para atacar a modernização de futebol. "O curso da CBF trouxe os portugueses e aí mudaram a nomenclatura. Vê se mudou na Inglaterra? Não é modernidade, mudou o jeito de falar. Analista de desempenho é muito complicado. Ele vem e me dá um negócio cheio de informação. Futebol tem tanta informação assim?", finalizou.

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