René Simões sobre Neymar: "Lamento que não estejam orientando este menino"
Quando o assunto Neymar está relacionado ao comportamento do craque, René Simões costuma ser lembrado. Hoje (6), quase nove anos depois de dizer que o futebol brasileiro estava "criando um monstro", o ex-treinador voltou a falar sobre o atacante.
"Em 2010, eu estava falando de um artista que tinha de ser cuidado. É infinito o que ele pode fazer. Então eu lamento tremendamente que alguém não esteja orientando este menino da forma que deveria. Para o Brasil, é muito ruim, porque a gente perde um talento", afirmou René, em entrevista ao Fox Sports.
Hoje, às 21h30 (de Brasília), Neymar tenta dar um recado ao mundo em amistoso da seleção brasileira contra a Colômbia. Mas, para René, o jogador cometeu um erro ao dizer para o Paris Saint-Germain, um dos clubes mais poderosos do mundo, que queria sair no meio do contrato.
"A qualidade do seu produto tem de ser de acordo com a sua marca. Neymar Júnior é uma marca, e esta marca tem de ser cuidada. Se você não cuida desta marca, você acaba com o que está acontecendo agora. Há três meses, em um grupo de jornalistas, eu disse: 'O Neymar cometeu um grande desatino quando disse que não jogaria mais no Paris Saint-Germain'. Porque não é o PSG!", começou René.
"Por trás do PSG, tem 'só' o Emir do Qatar. Tem o fundo do Qatar. Você não diz para um cara poderoso como ele: 'Eu não te quero'. Para qualquer clube, R$ 1 bilhão é muito dinheiro; para o Emir do Qatar, R$ 1 bilhão é absolutamente insignificante. Não dá para a gente começar a pensar. Então não duvide, talvez, de ele nem jogar", alertou.
"Você tem de ter cuidado, entender que é uma marca. Alguém tem de estar por trás e dizer: 'Não fale isso, não apareça na fase de recuperação em determinadas situações'. Ele é uma marca, e se não cuida desta marca, o preço é muito grande. É lamentável", comentou o ex-treinador.
René contou sobre o que viu em um estudo sobre o cérebro de Neymar, feito no Japão quando o craque ainda defendia o Barcelona. "Ele tem um cérebro privilegiado. Esse cara é um artista, eu fiquei encantado com o estudo de hoje", relatou.
"No mundo corporativo, você contrata pela competência e manda embora pelo mau comportamento. No futebol, se não treinarmos todos eles a ter um bom comportamento e uma estrutura emocional que justifique toda essa competência, vamos continuar pagando o preço e perdendo campeonatos mundiais", concluiu René.
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