"Gabigordo"? Sósia de Gabigol quer outro apelido na torcida do Fla
Resumo da notícia
- Sósia de Gabigol se chama Jeferson Sales. E ele quer se chamado de "Gabigol da Torcida", não de "Gabigordo"
- Ele está em período de recuperação de uma fissura na mão, por isso está viajando para acompanhar o Fla
- Jeferson está afastado emprego e recebendo do INSS, mas para suas viagens com investimento feito em bicoins
- Ele acompanha o visual do jogador pelas redes sociais e, sempre que vai ao cabeleireiro, o profissional já sabe o que fazer
Jeferson Sales se tornou uma figura conhecida da torcida do Flamengo. Apesar de nunca ter entrado em campo ou ter feito um gol, certa semelhança com Gabigol, artilheiro rubro-negro na temporada, fez com que ele, assim como o camisa 9, também caísse nas graças dos torcedores. Até mesmo Galvão Bueno já conhece a fama do torcedor.
A brincadeira de ser sósia do Gabigol começou em abril, no duelo entre Flamengo e San José, da Bolívia, no Maracanã, pela fase de grupos da Libertadores. Desde então, incorporou o personagem e vem acompanhando a caminhada do time rubro-negro na temporada. Só quer trocar o apelido: inicialmente, foi chamado de "Gabigordo". Agora, tenta adaptar para "Gabigol da Torcida". "Pode até usar entre parênteses, se quiser. Mas é que eu não sou gordo, não. Isso é pilha", diz.
Lesão na mão é real. E ele viaja graças a bitcoins
A semelhança com o atacante começou a ser notada antes mesmo da chegada ao Flamengo. "Desde quando ele estava no Santos, uns amigos me falavam que parecia. Tive a curiosidade e vi que a barba era parecida. Quando teve a negociação, torci para ele vir para o Flamengo, mas não esperava que fosse acontecer tudo isso, toda essa repercussão. Tudo começou no jogo contra o San José, que estava sendo transmitido pela internet. Um repórter me chamou, fiquei meio tímido, mas fui. A partir daí... O pessoal chamava de Gabigordo no início, mas depois passaram a me chamar de 'Gabigol da Torcida' ".
Para poder estar presente aos jogos também fora do Rio de Janeiro, Jeferson, que tem 34 anos e é morador de Paciência, zona oeste do Rio, tem usado recursos próprios. A "fama" aconteceu em um momento em que está afastado do trabalho por conta de uma lesão na mão esquerda que aconteceu, justamente, enquanto fazia o papel de atacante.
"Sou técnico em uma multinacional de bebidas, mas estou afastado pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social] por conta de uma fissura que tive no osso da mão quando caí jogando bola", conta Jeferson, apontando que a proteção no pulso não é para imitar Gabigol, que também joga com o pulso enfaixado. "Tenho mais dois meses [no INSS]. Muitos me perguntam se o clube paga minhas viagens, mas sou eu mesmo quem paga (risos)".
"Em janeiro, um amigo meu que trabalha nesse mercado, me indicou para investir em bitcoin. Eu, no início, fiquei meio receoso, mas coloquei um pouco. Depois, vi que deu certo e coloquei um pouco mais. Com o lucro mensal desse investimento, tenho viajado e acompanhando o Flamengo".
Jeferson é rubro-negro desde a infância e temeu como poderia ser recepcionado pelas torcidas rivais. Ele se espantou com o carinho que tem recebido até dos que não torcem para o Flamengo. "Desde que começou isso tudo de 'Gabigol da Torcida' meu telefone não para mais. As pessoas me param nas ruas, tiram fotos... Nos estádios, até mesmo as outras torcidas me chamam, pedem foto, brincam. No jogo com o Inter [quartas de final da Libertadores], passei e eles pediram foto e fizeram umas zoações, mas tudo em paz. Isso é muito legal! Eu tinha certo medo, mas tem sido tudo tranquilo. Estou pensando em fazer uma camisa pedindo paz nos estádios. Assim que o esporte tem de ser", ressalta.
Ao citar a violência entre torcidas rivais, o 'Gabigol da torcida' lembra um episódio que o fez 'diminuir o ritmo' nas comemorações das vitórias do Flamengo: "Sempre fui Flamengo e, quando era campeão, saía com uns amigos com bandeira no carro, buzinando... Comemorando normalmente. Um dia, o Flamengo foi campeão, estava fazendo isso e bateram no meu carro de propósito. Desde então, não tenho feito mais isso".
Cabelereiro checa Instagram antes de corte
Ele revela que um dos segredos para acompanhar o visual do Gabigol original é analisar as redes sociais do camisa 9 rubro-negro. "Eu vou a um cabeleireiro aqui perto de casa, que meu cunhado indicou. Quando marco horário, ele mesmo já olha o Instagram e o Twitter do Gabigol para ver como está o visual dele, essas coisas. Eu também sempre acompanho. Quando vou, ele já sabe o que fazer (risos)".
Gabigol, o original, está emprestado pela Inter de Milão, da Itália, até o fim do ano, e a diretoria flamenguista estuda meios de conseguir o investimento necessário para que possa adquirir os direitos do atacante, que tem vínculo com o clube italiano até junho de 2021. Jeferson torce para que o jogador possa permanecer no elenco, mas avisa que, mesmo se ele tiver de se despedir, manterá o personagem na arquibancada.
"As pessoas sempre me questionam: 'Mas e se o Gabigol não ficar?". Eu, claro, quero que ele fique. Torço para o Flamengo e ele está ajudando demais o time, está voando. Sou fã do futebol dele. Mas, caso ele não fique, a torcida já me abraçou. Vou permanecer fazendo. É muito legal todo esse carinho, as crianças sorrindo, pedindo foto e tudo mais", fala. "Quando o Flamengo joga fora do Rio, tem gente que me manda mensagem nas redes sociais para saber se eu vou, que horas vou chegar ao estádio... Tudo isso só para tirar uma foto. Eu fico até emocionado", acrescentou.
O encontro entre o Gabigol original e sósia ainda não aconteceu e gera expectativa, mas outros integrantes do elenco já puderam atestar as semelhanças. "Já falei que quero dar um abraço nele. Seria muito legal [poder encontrar]. Do elenco, já tive com Everton Ribeiro, César, Rhodolfo, Pará, Rodinei... O Rodinei me viu, chamou o Rhodolfo e falou: 'Parece para caramba', foi maior zoeira."
Prepare-se: Gabigol (da Torcida) quer time de sósias
E não é apenas Gabigol que tem um sósia. Jeferson conta que está reunindo um verdadeiro time: "Sósia não tem de ser idêntico, né? Tem uns traços, um jeito... Estou reunindo um time. Temos o Arão, Gerson, Diego, Muralha, que não está mais no Flamengo, mas tem contrato, Paquetá... Também tem o Neymar e Balotelli. Esses a gente fica na expectativa. Quem sabe um dia eles não estão no Mengão (risos)?"
Desde que Jeferson passou a ser o 'Gabigol da Torcida', acumula algumas boas histórias, como o dia em que um caminho foi aberto para ele chegar ao Maracanã. "Teve uma vez que viajei para um jogo e, no aeroporto, uma senhora correu e me chamou. Ela me perguntou se eu era o Gabriel do Flamengo. Expliquei que eu era o sósia, mas ela pediu uma foto mesmo assim e mandou para o filho. Outra vez, estava de carro, nas proximidades do Maracanã, e veio um menino que era vendedor colocar bala no retrovisor. Eu estava com a janela um pouco aberta, ela me viu, achou que era o Gabigol e começou a gritar para o guarda segurar o trânsito para que eu não chegasse atrasado ao jogo. Não deu nem tempo de explicar. Tive de sair com o carro para não atrapalhar o trânsito".
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