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Paysandu vê "erro de direito", quer anular jogo e detona Vuaden: "cretino"

Leandro Vuaden apitou a partida entre Náutico e Paysandu - Ricardo Nogueira/Folhapress
Leandro Vuaden apitou a partida entre Náutico e Paysandu Imagem: Ricardo Nogueira/Folhapress

Napoleão de Almeida

Colaboração para o UOL

10/09/2019 04h00

Resumo da notícia

  • Náutico subiu para a Série B após empatar com o Paysandu com um pênalti no fim do jogo
  • Paysandu reclama da marcação do árbitro Leandro Pedro Vuaden
  • Amizade do árbitro com ídolo do Náutico é usada para levantar suspeita
  • Auxiliar do Paysandu registrou um Boletim de Ocorrência por agressão

O Paysandu vai pedir a anulação do jogo contra o Náutico, realizado no último domingo, em Recife, e que garantiu o Timbu na Série B de 2020 após disputa por pênaltis. No jogo, empate em 2 a 2, a vaga foi conquistada pelos donos da casa após pênalti marcado contra o Papão aos 49 do segundo tempo. No lance, o árbitro Leandro Vuaden viu toque de mão de Uchôa após cabeceio de seu colega Caíque Oliveira, ambos do Paysandu. O pênalti gerou discussões por todo o país e fez com que a diretoria do clube paraense movesse ação pela anulação do jogo.

Para a Justiça Desportiva, um jogo só é passível de anulação caso haja descumprimento da regra, o chamado "erro de direito". Erros como a marcação equivocada de um gol em impedimento, por exemplo, são considerados "erros de fato". Ricardo Gluck Paul, presidente do Paysandu, entende que o pênalti incorreu num erro de direito.

"Faltando 40 segundos, aquele pênalti que ele deu, se for discutir interpretação, não justifica (a ação). Mas o que a gente diz ali, e inclusive falamos com o (diretor de árbitros da CBF, Leonardo) Gaciba ontem, é que são dois companheiros disputando a bola e que não houve infração. Não há perigo de gol. Até agora não ficou claro se bateu na mão, mas isso não interessa: é uma jogada de dois companheiros, em que o segundo companheiro que recebe a bola não está com o braço que pudesse ter desvio de bola, pelo contrário: tem os braços para atrás, e não houve a aplicação da regra", defende Paul, "A gente foi cerceado por uma má aplicação da regra e que nos tirou o direito do acesso no final do jogo".

Presidente vê relação suspeita entre Vuaden e dirigente do Náutico

Boletim de Ocorrência do auxiliar-técnico do Paysandu - Reprodução - Reprodução
Boletim de Ocorrência de Fernando Augusto, auxiliar do Paysandu
Imagem: Reprodução

Ricardo Gluck Paul afirmou que o Paysandu também irá abrir um processo na Justiça Comum contra Leandro Vuaden. "Não existe uma discussão sobre interpretação. A gente tem todo um cenário nebuloso. Nós fomos o único jogo, contando com o Juventude que é nessa segunda, que não foi escalado árbitro Fifa. A gente já teve um prejuízo no jogo passado (o Paysandu reclama um pênalti a seu favor não marcado no jogo de ida, 0 a 0 em Belém)".

Um podcast veiculado pelo portal Globo Esporte e que conta com a participação de Kuki, ex-jogador e atual diretor do Náutico, é o motivo da desconfiança do presidente do Paysandu. Nele, Kuki revelou ser amigo de infância de Vuaden e demonstrou satisfação com a escalação do árbitro para o jogo: "Fomos colega de aula. Lá em Roca Salles, ele foi criado em Roca Salles. O Leandro desde guri... tinha o primeiro e segundo quadros e o pessoal convidava ele e ele gostava de apitar. Não gostava de jogar, não. Sonho de menino que se realizou", contou Kuki, que foi perguntado se mandaria mensagens a ele, no que respondeu enfático: "Não".

"Eu não tenho como provar nada, mas são situações nebulosas. O cara dá 5 minutos de acréscimos em um jogo que não houve nada. Daqui a três semanas ele tá apitando de novo. O jornal de hoje vai embrulhar o peixe de amanhã. É vergonhoso o Náutico se classificar desta forma. Eu respeito o Náutico, o povo pernambucano... mas aquilo? Eu não vi nenhum programa esportivo, nenhum árbitro nem tem dúvida sobre o lance. Todos indignados", disparou.

A diretoria do Paysandu também acusa a arbitragem de conveniência com as condições encontradas no Estádio dos Aflitos. De acordo com o presidente do Papão, "O jogo teve superlotação, jogaram coisas em nossos atletas. Depois houve a invasão, como liberaram os Aflitos? O árbitro foi um cretino, o meu técnico foi agredido, o Hélio (dos Anjos, técnico) teve que ir para o soco no gramado, o auxiliar Fernando Augusto fez corpo de delito. Isso também pode apresentar outra tese, a da interferência externa. Vendo aquela situação de que os torcedores pudessem invadir a qualquer momento... e aconteceu. A vaca voou no jogo, um mar de irregularidades e o Vuaden sai como herói do Náutico, tem até um vídeo de um torcedor beijando ele".

Errata: este conteúdo foi atualizado
Ao contrário do que informado anteriormente na matéria, o árbitro que apitou a partida em questão foi Leandro Vuaden e não Leonardo Gaciba. O erro foi corrigido.