Palco de jogo da seleção nos EUA já acolheu 3 Olimpíadas, Papa e Mandela
Resumo da notícia
- Brasil e Peru se enfrentam hoje no Los Angeles Memorial Coliseum
- Estádio foi fundado em 1923 e já recebeu duas edições de Olimpíadas
- Ele também será palco dos Jogos Olímpicos de 2028, um recorde
- O Coliseum também já recebeu figuras como Nelson Mandela e o Papa
- Uma reforma de mais de R$ 1,2 bilhão foi concluída em agosto
- Detalhes do passado foram preservados na revitalização
Poucos estádios têm a história tão rica - no esporte ou fora dele - como o Los Angeles Memorial Coliseum. O estádio do amistoso entre Brasil e Peru, à meia-noite de hoje (10) para amanhã já foi chamado de "o maior do mundo", completará um século de existência em 2023 e será o único no mundo a receber três edições de Jogos Olímpicos.
Essa relação duradoura com a Olimpíada começou em 1932, quando a metrópole californiana sediou a competição pela primeira vez - a primeira com a construção da Vila Olímpica e com o pódio de três lugares na premiação. Na cerimônia de abertura em 1984, um homem decolou com uma mochila voadora sobre a multidão que ocupava as arquibancadas.
Agora, o Coliseum passa por frequentes ajustes para receber a Olimpíada de 2028. Um feito único para o estádio e para a cidade, que promete que os Jogos serão organizados sem dinheiro público e sem a necessidade de gastos estratosféricos para a construção de praças esportivas. Afinal, Los Angeles preserva as heranças do passado.
Foi assim que se descobriu a existência de um mural "escondido" na fachada principal do Coliseum. O estádio passou por uma reforma entre janeiro de 2018 e agosto deste ano. Nesse processo, uma pintura no teto de um dos arcos da antiga fachada apareceu desgastada pelo tempo. Era uma obra de 1969 feita por Heinz Rosien para a Olimpíada de 1976, mas que ficou esquecida quando Los Angeles perdeu a concorrência para Montreal, no Canadá.
A restauração durou quase quatro meses, entre março e julho deste ano. Estudos foram feitos para reproduzir as cores exatas da pintura original, feita em um teto de altura considerável e curvo, de mármore travertino.
O mural foi só um detalhe de uma reforma que movimentou 315 milhões de dólares (cerca de R$ 1,2 bilhão na cotação atual). A revitalização passou pela troca dos assentos, agora mais confortáveis e espaçosos - a capacidade foi reduzida de 92.348 torcedores para 77.500 - e a construção de um prédio para instalação de novos camarotes e uma área maior para a imprensa.
Toda essa estrutura já tem sido usada pelo USC Trojans, time de futebol americano da universidade que administra o estádio, e também pelo Los Angeles Rams, time da NFL que joga no Coliseum enquanto constrói a própria casa na cidade. E para tornar o negócio ainda mais rentável, foi fechado um acordo de naming rights com a United, uma das principais companhias aéreas dos Estados Unidos.
Mesmo após a reforma, o Memorial Coliseum segue um estádio com aparência simples. Sem cobertura, sem estruturas metálicas suntuosas na fachada. A ideia é, de fato, conservar um símbolo do esporte e da cidade. Um espaço que é capaz de receber multidões a quase um século. Seja na abertura de uma Olimpíada, em um show de rock ou em celebrações religiosas e políticas.
O maior público registrado no estádio até hoje foi em uma apresentação de Billy Graham, um pregador protestante que levou mais de 134 mil pessoas ao Coliseum, em 1963. Mais de duas décadas depois, em 1987, o Papa João Paulo II também fez uma grande aparição no estádio. Três anos mais tarde, foi a vez de Nelson Mandela atrair mais de 70 mil pessoas e discursar sobre liberdade e luta por direitos iguais.
No esporte, o estádio ostenta o maior público da história em um jogo de beisebol: 115.300 presentes para a partida entre Los Angeles Dodgers e Boston Red Sox, em 2008. Já o recorde no futebol pertence a um amistoso entre Real Madrid e Manchester City, disputado em 2017 diante de mais de 93 mil pessoas.
Os grandes acontecimentos, os grandes personagens e os grandes feitos do Memorial Coliseum estão todos registrados em placas de bronze espalhadas por uma espécie de corredor da fama. São provas de que os americanos possam ousar chamá-lo de "o maior estádio do mundo".
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