Técnico mais longevo do país quis ser professor. Agora, sonha com a Série A
Resumo da notícia
- Gerson Gusmão foi lateral-esquerdo e largou o futebol para ser professor de educação física
- Após ser treinador de base e auxiliar-técnico, assumiu o Operário em 2016
- No clube, conquistou a Taça Federação Paranaense, a Série A2 estadual e os Brasileirões da Série D e C
Gerson Gusmão largou o futebol com pouco mais de 30 anos para se dedicar ao ensino. Na faculdade de educação física, a ideia do ex-lateral-esquerdo era de se tornar professor. Agora, o que passa pela sua cabeça é a chance de levar o Operário-PR à elite do futebol brasileiro.
Aos 45 anos, ele é o treinador mais longevo das três primeiras divisões nacionais. Quando chegou ao Operário em 2016, nem divisão o clube tinha. Em quatro temporadas, conquistou a Taça Federação Paranaense, a Série A2 estadual e os Brasileirões da Série D e C. Se a ideia de início era lutar para se manter na B, a sexta posição após 21 rodadas já faz o time sonhar com o acesso.
"A campanha está surpreendendo. Nossa ideia inicial era fazer uma campanha segura, conseguindo a pontuação para se manter. Mas nossos resultados em casa nos deu a oportunidade de começar a pensar em coisa maior", diz ele, que tenta ser realista em relação às chances do Operário:
"A gente precisa melhorar fora de casa para poder sonhar com o acesso. Sem bons jogos fora, conquistando pontos, a boa campanha em casa não será suficiente".
A ideia de ser professor ficou em segundo plano ainda na faculdade de educação física. Gerson recebeu convite para trabalhar em escolinhas de futebol e começou a trilhar o caminho dentro do esporte. Atuou como técnico de base e auxiliar-técnico antes de ganhar a primeira chance como treinador no Novo Hamburgo. Na sequência, o Operário o chamou.
"Passei por todas as categorias de base e vi que tinha uma facilidade para trabalhar com as equipes em campo. Aí começaram a surgir as oportunidades. Quando cheguei ao Operário, não tínhamos nem Série D para disputar", lembra o treinador, que concluiu sua formação em educação física e os cursos de técnico da CBF.
O longo tempo à frente do Operário está diretamente ligado aos bons resultados dentro de campo. Por isso, Gerson tem a ciência de que uma série negativa no futuro poderia afetar a segurança no cargo.
"Eu tenho uma história de três anos e meio no clube, mas futebol é resultado. Já tive alguns momentos ruins na Série B, na parada para a Copa América estávamos na zona de rebaixamento. Existem cobranças, críticas, mas tenho uma credibilidade muito grande com o presidente. Ele já me disse que independentemente do que acontecer, sigo o projeto até o fim do ano", completou.
O Operário ocupa a sexta colocação da Série B com 32 pontos, dois a menos que o Coritiba, primeiro time na zona de acesso à elite do futebol brasileiro. Hoje (13), o time paranaense enfrenta o Oeste, fora de casa, às 20h30 (de Brasília).
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