Ex-vice do Vasco é envolvido em investigação sobre corrupção na Petrobras
Ex-vice-presidente de Patrimônio do Vasco, Rodrigo Saavedra teve seu nome implicado em uma denúncia da Operação Lava Jato, que investigou o envolvimento de um grupo em esquema de corrupção nos contratos de afretamento de navios celebrados pela Petrobras com armadores gregos. Ele pediu desligamento do cargo no clube ontem (18).
Saavedra, que atuava como gerente de projetos na estatal, caiu na "malha fina" por e-mails trocados com o ex-senador Ney Suassuna. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), "outro exemplo do poder de apadrinhamento de funcionários da Petrobras por Ney Suassuna pode ser encontrado nas mensagens de e-mail enviadas para ele pelo funcionário da estatal de nome Rodrigo Saavedra, que refere a si mesmo como um "soldado" de Suassuna dentro da Petrobras".
Oito mensagens suas para Suassuna foram incluídas na denúncia e indicam proximidade entre ambos. Nas conversas, Rodrigo relata ao político a existência de vagas estratégicas e chega a pedir ajuda para que uma transferência para fora do Brasil seja concretizada.
"A situação está crítica e meu tio achou válido te informar para ver se seria possível me blindar ou então me colocar numa outra gerência em qualquer lugar da empresa", escreveu Saavedra, em 8 de setembro de 2014.
Saavedra relata que votou em Dilma Rousseff (na eleição de 2014) a mando do ex-senador e indica diversas vezes que necessita de sua ajuda para que consiga uma recolocação dentro da empresa. Ele, no entanto, se coloca como alguém que pode ajudar Suassuna.
"Gostaria de obter informações sobre o que você acha mais adequado fazer: ficar onde estou, migrar para o pré-sal (linha que estou adotando enquanto eu aguardo seu posicionamento) ou migrar para uma área que você tenha interesse. Afinal, sou seu soldado", escreveu o vascaíno ao paraibano no dia 29 de outubro de 2014.
Apesar da aparente proximidade, o vice cruz-maltino não entrou na lista de denunciados pelos procuradores da força-tarefa. A denúncia do Ministério Público Federal afirma que contratos geraram ao menos 17,6 milhões de dólares (R$ 72, 6 milhões) em propinas e comissões. Procurada, a assessoria do Vasco informou que não se manifestaria sobre o caso, assim como a assessoria de imprensa da Petrobras.
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