Sem esquecer Diniz, Fluminense vê pressão aumentar sobre Oswaldo
O torcedor do Fluminense já não aguenta mais, mas precisa ouvir e ler sempre o nome de Fernando Diniz. O trabalho do antigo treinador não mostrou resultado efetivo no Campeonato Brasileiro, mas tinha defensores nas arquibancadas e nos bastidores do clube. E a dificuldade de se desapegar de alguém ainda tão presente, paradoxalmente, custa caro ao Tricolor. Sem conseguir resultados rápidos, Oswaldo de Oliveira traz para si a pressão da tabela.
Seja na ideia de jogo ou no discurso, o técnico ainda está muito presente e o Flu segue "preso" ao que já passou. Ou deveria ter passado. Com Oswaldo, a equipe tricolor teve momentos de maior equilíbrio. As vitórias sobre Fortaleza e Corinthians, é bem verdade, não foram tão merecidas como seriam as de Diniz sobre Botafogo, Flamengo ou CSA. Mas o Flu não tem tempo para a avaliação: precisa, urgentemente, pontuar na competição.
Se jogava mais bonito e mostrava mais mecanismos para vencer os jogos com o antecessor, o Tricolor não conseguiu unir teoria e prática. Com Oswaldo, de estilo mais pragmático que o antecessor, o aproveitamento é um pouco melhor no Brasileirão: 40% contra 25%. Mas ainda abaixo do que o time precisa para deixar a briga contra o rebaixamento. Por isso, o técnico já vê seu trabalho questionado e balança no cargo.
"Cheguei tem exatamente um mês, são sete jogos. Tem muitas situações que a gente não consegue resolver com um mês de trabalho e sem fazer as escolhas que gostaríamos de fazer, com meios de trabalho e sem fazer as escolhas que a gente gostaria", declarou, na coletiva após a derrota.
O time é reflexo da confusão armada com as mudanças. Oscila, pois não encontrou, ainda, um equilíbrio de ideias ou práticas entre o que Diniz deixou e Oswaldo tenta implementar. Toca muito a bola - foram 568 passes contra 232 do Goiás -, mas não agride: finalizou apenas 10 vezes, sendo só duas no gol de Tadeu.
Entre a movimentação constante que o atual técnico gosta de implementar sem bola e a necessidade do antecessor de manter a bola, o meio de campo padece. Termômetros das atuações tricolores, Ganso e Allan oscilam cada vez mais. Se fizeram ótimas partidas na vitória sobre o Corinthians, erraram demais contra o Goiás e participaram menos do jogo. Os dois não só tocaram menos na bola como tiveram erros de passe superior às próprias médias e não deram passes decisivos no jogo.
Preso entre os pontos positivos de Diniz e os erros que a equipe segue cometendo, Oswaldo de Oliveira não consegue dar ao Fluminense o que desejava e o que o clube precisa.
"É algo que estamos tentando resolver, essa oscilação. Depois do jogo contra o Fortaleza foi igual contra o Palmeiras. Contra o Corinthians, quando fomos organizados, neutralizamos o adversário. Essa alternância de ânimo, de atmosfera, não pode acontecer. Estou tentando solucionar, fazer o meu melhor, estamos empenhados em que a equipe tenha mais equilíbrio e essas coisas não acontecerem", declarou.
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